A PF (Polícia Federal) abriu procedimento preliminar de investigação sobre falhas na internet e no sistema de informática da Câmara dos Deputados. Agentes da PF estiveram na Câmara na madrugada, após o sistema apresentar inconsistências. Os problemas ocorreram em meio à votação da chamada "PEC Kamikaze", proposta do governo que concede uma série de benefícios sociais às vésperas das eleições, e somente para este ano.
Após o problema técnico, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), suspendeu a votação de destaques (sugestões de alterações) da PEC e o segundo turno da proposta e solicitou a investigação da PF. As equipes da chegaram à Câmara por volta das 22 horas e deixaram o local pouco depois das 3 da madrugada desta quarta-feira (13), como repercutiu o portal g1.
"A Polícia Federal foi acionada na noite desta terça-feira pela Câmara dos Deputados para apurar falhas na internet e inconsistências no sistema de votação da Casa. Após acionamento, uma equipe técnica esteve no local e fez as primeiras verificações. Foi instaurado procedimento preliminar de apuração na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal e as diligências continuam a fim de esclarecer prontamente o ocorrido", informou a PF em nota.
'Apagão'
Logo no início da discussão da PEC, a internet e o sistema de votações remoto da Câmara começaram a apresentar problemas. Os deputados – obrigados a registrar presença no plenário, mas autorizados a votar remotamente por meio de um aplicativo – não conseguiram acessar o sistema.
Lira pediu, então, que os parlamentares fossem ao plenário registrar seus votos. O presidente da Câmara chegou a dizer que as dificuldades com a rede da Casa não eram apenas técnicas, e que pediria investigação à Polícia Federal e ao Ministério de Justiça e Segurança Pública.
"Os dois links, os dois servidores de internet da Casa caíram ou foram cortados automaticamente no mesmo período, de duas empresas diferentes", afirmou. "Vou fazer uma queixa formal à Polícia Federal, ao Ministério da Justiça. Isso é interferir no trabalho livre e na autonomia do Poder Legislativo", disse Lira.