Morreu nesta sexta-feira (19), aos 68 anos, o escritor e jornalista Manuel António Pina. Ele foi premiado em 2011 com o Prêmio Camões, o mais importante das letras em língua portuguesa.
Jornalista, tradutor, professor e cronista, Pina morreu no hospital Santo Antonio, em Portugal, onde estava internado com uma grave doença, ainda não divulgada.
O escritor se destacou por sua atividade poética e por suas obras infantis. Estreou na literatura para crianças em 1973, com O País das Pessoas de Pernas para o Ar, que inovou o o estilo de literatura infantil. No ano seguinte, em sua fase mais comentada como poeta, ele publicou Ainda Não É O Fim Nem o Princípio do Mundo - Calma é Apenas um Pouco Tarde, uma obra cujo longo título esconde um cantor existencial do autor, expressado através de um estilo conciso.
Antes de morrer, António Pina reuniu sua vasta obra poética em um volume único, Todas as Palavras (2012). Pina, que venceu diversos prêmios, editou dezenas de obras marcadas por sua inquietude filosófica com uma sutil ironia que lhe caracterizou.
Teve trabalhos publicados na Espanha, França, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Croácia, Bulgária, Rússia e Estados Unidos. "Nunca pensei que minha obra fosse conhecida além da minha região", comentou o autor quando fora premiado no Camões, em 2011.
Entre os ganhadores do Prêmio Camões se destacam os portugueses António Lobo Antunes (2007), Miguel Torga (1989) e José Saramago (1995), além dos brasileiros Rubem Fonseca (2003) e Joao Cabral de Melo Neto.