A Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) vai sediar, em Dourados recebe, de 23 a 28 deste mês, o IX Copene (o Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as), considerado o maior evento sobre a temática negra no país.
O evento é organizado pelo Cepegre (o Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação, Gênero, Raça e Etnia) da Universidade, em conjunto com a ABPN (Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as).
O IX Copene será realizado pela segunda vez em uma cidade do interior [a vez foi em 2002, na cidade paulista de São Carlos]. Também será a segunda vez que o Congresso é realizado na região Centro-Oeste; a primeira foi em 2008, em Goiânia.
Para a coordenadora do Cepegre, Maria José Alves de Jesus Cordeiro, o evento demonstra a força da Uems no cenário dos debates sobre questões etnicorraciais em nível regional e global. "O IX Copene tem como objetivo geral reunir pesquisadores negros para discutir, apresentar, ampliar e avaliar as ações e estratégias de combate ao racismo, às políticas públicas direcionadas à população negra brasileira e as produções científico-acadêmicas elaboradas nas últimas décadas", informa.
Para a docente, a temática do evento para este ano, “Novas Fronteiras da Intolerância Racial: Velhas Práticas da Discriminação e Novos Espaços – Universo Web”, é fundamental para se compreender como as novas ferramentas tecnológicas são utilizadas nestes processos.
"O IX Copene irá propiciar o debate e a reflexão sobre o uso do universo web como espaço de disseminação de velhas práticas de intolerância racial e as políticas públicas de combate. A escolha do tema deu-se em virtude das situações de ataques racistas que afloram diariamente com uso de recursos do universo midiático, baseados na ideologia da superioridade racial e na lógica da impunidade", ressalta Maria José.
O evento ainda contará com a presença de pesquisadores de diversas Universidades nacionais e internacionais. Nomes de peso como a professora Nilma Lino Gomes, ex-ministra do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos; do professor Kabengele Munanga, da USP (Universidade de São Paulo) e do professor Paulino de Jesus Francisco Cardoso, da Udesc (a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), dentre outros, vão reforçar os debates.
Outros estudiosos latino-americanos completam o time de palestrantes, como os professores Carlos Alvarez, da Universidade de San Martin, Argentina; Júlio Pereyra, da Universidade da Republica, no Uruguai; Anny Oroco, da Universidade de Salamanca, Argentina; Jose Caicedo, da Universidade Cauca, na Colômbia; e John Anton, da Flacso, no Equador.