Estudantes e artistas estão participando de uma semana toda dedicada a arte, por conta da realização da 28ª edição da Uniarte e o 9º Encontro Multidisciplinar de Educação, momento dedicado a exposições artísticas coletivas e individuais, apresentações culturais, arte da grafitagem, ciclos de palestras, minicursos e muitas atrações sob o tema “Desafios da Educação Contemporânea em Tempos Híbridos”.
Neste ano, durante a abertura dos eventos, segunda-feira (22), foi feita uma homenagem especial em memória ao artista plástico e professor Paulo Roberto Rigotti. A homenagem teve preleção da professora Maria da Gloria Sá Rosa que participa todos os anos do evento. Para ela, “é motivo de muita tristeza o falecimento dele, mas há também, a felicidade de ver a consagração de um artista que trabalhou tanto pelo Mato Grosso do Sul. Eu fui muito amiga do Rigotti. A arte dele permanece”.
No primeiro dia de evento teve ainda o espetáculo musical com a cantora sul-mato-grossense Juci Ibanez e os músicos Daniel Magela, Caxingue e Rajiv Costa. Além disso, cinco livros foram lançados. Dentre eles, a obra “Desenhando com todos os lados do cérebro – possibilidades para transformação das imagens escolares”, da professora Maria Leticia Rauen Vianna, arte-educadora e artista visual.
Segundo a especialista, “esse evento da Unigran vem de encontro a uma necessidade que a Educação tem sempre de estar usando a arte como uma coisa para transformar e melhorar a vida das pessoas. O meu livro que fala sobre desenho, trata de uma atividade básica do ser humano, que é como escrever, contar história, comer, dormir. Então, uma necessidade artística básica e que não sai de moda”.
A professora Maria Letícia afirma que é um desafio trabalhar com essa questão. “O desenho ao mesmo tempo que fascina, frustra muita gente. Eu criei, então, um método que talvez resolva esta frustração”. Neste livro a autora trabalhou com os estereótipos escolares, aquelas imagens que todo mundo conhece: florzinha, casinha, solzinho. “Eu criei um método que chama desestereotipização, é até um neologismo, que é para sair desses
estereótipos que não são nada pessoais, são sempre repetidos, massificados e você pode encontrar um desenho pessoal. Então, a pessoa vai desenhar à sua maneira, pois todo o ser humano é capaz de praticar, é só uma questão de saber como fazer isso”.
Em todos os blocos da Unigran, o público confere uma série de mostras coletivas de desenhos, colagens, gravuras, pinturas, fotografias, instalações e objetos confeccionados pelos alunos do curso de Artes Visuais, sob a orientação dos professores.
Zenilde Marques de Almeida prestigiou o trabalho da filha, acadêmica do curso e considerou a oportunidade de ver a filha na exposição como um momento “maravilhoso, um orgulho”.
A estudante Meire Helen dos Santos Lima, do 2º semestre de Pedagogia, está participando da 28ª Uniarte como espectadora. “Para mim está sendo um prazer e uma oportunidade única de participar deste evento tão importante para formação do acadêmico. A arte está inteiramente ligada a Pedagogia, eu acredito que andam juntas na formação da Educação Infantil”. A acadêmica considera que “é possível ensinar através da dança, da música, da expressão corporal, da pintura, o libertar da criança, o aprender, ela vai se soltando, se mostrando e vai definindo quem ela será no futuro”.