Ao acompanhar a visita do ministro da Defesa, Raul Jungmann ao Centro de Comando do Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), que é operado na 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada em Dourados, nesta quinta-feira (19), o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, reafirmou que o Governo de Mato Grosso do Sul espera por ações efetivas das forças federais na região de fronteira com o Paraguai e a Bolívia.
Barbosa, que esteve quarta-feira (18) em Brasília com a governadora em exercício, Rose Modesto, no encontro dos estados do Norte e Mato Grosso do Sul com o presidente Michel Temer tratando sobre segurança pública, disse que o Sisfron é um programa extraordinário, contudo cobrou que o sistema saia do plano de diagnósticos e tenha ações concretas. “Estas ações somente se efetivarão com a integração com as forças estaduais de segurança pública”, afirmou.
Outra reivindicação do secretário é que o plano nacional para defesa das fronteiras seja direcionamento não apenas para o inimigo externo, mas, principalmente, para o interno, que comanda o crime organizado e é a maior ameaça, na sua avaliação. “Devemos usar toda essa inteligência e tecnologia com as forças estaduais de segurança”, falou. “E temos cobrado que a União recupere as estruturas de suas forças federais no Estado para que elas cumpram suas obrigações institucionais.”
Menos discursos
O secretário disse que o Estado tem o compromisso do presidente Michel Temer de reforçar a segurança na fronteira, salientando que a omissão da União no resguardo da própria integridade nacional nas linhas internacionais com o Paraguai, Bolívia e outros países tem fomentado a mantida vivas as estruturas do crime de armas e drogas, da Amazônia ao Paraná, passando por Mato Grosso do Sul. ”Queremos menos discursos e mais recursos”, cobrou.
O secretário de Justiça e Segurança Pública ouviu do ministro da Defesa, Raul Jungmann, que o governo federal dobrará os investimentos no Sisfron em 2017, passando de R$ 228 milhões para R$ 470 milhões. O ministro, no entanto, não detalhou sobre o aumento do efetivo das forças federais na fronteira, onde o monitoramento integrado ainda se limita a uma faixa de 600 km. Jungmann permaneceu cerca de duas horas em Dourados.
Acompanharam o ministro na visita ao QG do Sisfron os comandantes da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira; do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas; e da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, além do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) do Ministério da Defesa, almirante Ademir Sobrinho.