Após rápida contrapartida da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), bancários de todo o país, representados pelos seus respectivos sindicatos, optaram ontem (26) por aceitar a proposta de 7,5% de reajuste salarial (somada reposição da inflação aos 2% de aumento real) e aumento de 8,5% para pisos e tíquetes, apresentado pela federação representativa dos banqueiros. Com o fim da paralisação que começou no último dia 19 de setembro, os bancos voltam a prestar atendimento em horário convencional a partir de hoje (27).
Com esse reajuste, bancários, tanto das instituições públicas quanto das privadas, terão o piso salarial elevado de R$ 1.400 para R$ 1.519; o vale-refeição de R$ 19,78 para R$ 21,46; a cesta-alimentação de R$ 339,08 para R$ 367,92; e a 13ª cesta-alimentação ficou em R$ 367,90. No Brasil foram paradas 9.386 agências e centros administrativos nos 26 Estados e no Distrito Federal.
Greves dos bancários tem sido frequentes nos últimos anos. O que acontece de diferente na paralisação de 2012 é a rápida resposta da Fenaban que chamou os bancários para mesa de negociação na última terça-feira (25). Como consequência, após horas de discussão a categoria aceitou as propostas. Em 2011, os trabalhadores conquistaram 9% de reajuste, após 21 dias parados.
“Eles [Fenaban] chamaram a gente para negociar, então a categoria aceitou, pois a proposta trazia algumas conquistas”, explica o presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, Raul Lídio Verão que afirma que a greve neste ano se estendeu por apenas nove dias porque a organização dos sindicatos e a campanha salarial antecipada favoreceram os bancários.
Em 2010 os bancos ficaram em greve por 12 dias e no ano passado passou de 20 dias de paralisação o que chegou a gerar conflito com os clientes dos bancos que necessitavam dos serviços efetivo dos funcionários. Raul Verão explica que a rápida adesão das agências de todo o país foi elementar para que a Fenaban decidisse negociar.
“Ano passado chegamos à marca de 9600 agências fechadas em todo Brasil no 21º dia de greve. Neste ano conseguimos a esse número já no sexto dia parado. Isso pressionou a Federação Nacional dos Bancos”, diz o presidente. Em Dourados, todas as 22 agências permaneceram fechadas já no primeiro dia de greve. Além disso, as principais cidades da base regional do Sindicato dos Bancários, Fátima do Sul e Maracajú, aderiram o movimento e isto pressionou a paralisação de agências em cidades menores no sul do Estado.
Raul Verão [à esquerda da foto] avalia como positivo os reajustes aprovados em assembleia - Foto: Wender Carbonari/Douranews
Confira como ficou a nova proposta da Fenaban
• Reajuste Salarial 7,5% (aumento real de 2,02% pelo INPC)
• Piso R$ 1.519 (reajuste de 8,5% que garante 2,95% de aumento real)
• Caixa R$ 2.056,89 (8,5% de reajuste)
• Auxílio-refeição R$ 472,15 (R$ 21,46 por dia, ou seja, um reajuste de 8,5%)
• Cesta-alimentação R$ 367,90 (reajuste de 8,5%)
• 13ª cesta-alimentação R$ 367,90 (reajuste de 8,5%)
• PLR 90% do salário mais R$ 1.540 fixos (reajuste de 10%), com teto de R$ 8.414,34 (reajuste de 10%). Caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, os valores serão aumentados para 2,2 salários, com teto de R$ 18.511,54 (10% de reajuste).
• Adicional da PLR 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, com teto de R$ 3.080 (reajuste de 10%).
(Com informações do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região)