Menu
Buscarsegunda, 16 de setembro de 2024
(67) 99913-8196
Dourados
24°C
elas
Dourados

Índios querem administrar unidade da Funai em Dourados

24 outubro 2012 - 20h58Por Redação Douranews

Líderes indígenas de Mato Grosso do Sul vão a Brasília nos próximos dias para pressionar a direção nacional da Funai visando obter o direito de indicar o chefe da unidade no município de Dourados, o mais tardar até o início de 2013.

"Queremos a garantia para que um índio assuma, de fato, a nossa coordenação em Mato Grosso do Sul", diz Renato de Souza, da aldeia Jaguapiru em Dourados. "Você vai na Funai e não vê um índio, só tem branco trabalhando. Precisamos de pessoas que realmente conheçam a nossa realidade", afirma, conforme reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Carta

Índios guarani e kaiowá antevêem mais mortes coletivas, se dizem "sem opções" e, numa carta aberta às autoridades federais e estaduais suplicam que "sejam mortos e enterrados ali mesmo".

"Queremos ser enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso pedimos ao governo e justiça federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos o decreto da nossa morte coletiva e para nos enterrar aqui. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos", dizem.

Desde 1980, segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), 1.500 índios tiraram a própria vida. "Este é o mais triste e desafiador desabafo em séculos de história", constata Egon Heck, um dos coordenadores o Conselho. "A impunidade é a maior agressão cometida contra eles", afirma o coordenador da entidade no Estado, Flávio Machado.

De todo do País, 62% dos assassinatos a índios ocorrem em Mato Grosso do Sul e, de acordo com o Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 20,5% dos seus 77 mil indígenas vivem fora das terras. No mês passado, o Conselho da Aty Guasu Kaiowá Guarani, organização tribal que cobra os direitos indígenas, decidiu denunciar à Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) a violência e os maus-tratos contra indígenas nesse Estado.