O desembargador aposentado e ex-presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) Rêmolo Letteriello morreu neste sábado (3), depois de dois anos enfrentando a leucemia. De acordo com familiares, o magistrado morreu em casa. Nascido em março de 1941, Letteriello havia completado 80 anos de vida já durante o tratamento da doença. Nos anos 80, atuou na magistratura em Dourados, onde foi juiz eleitoral e diretor do Fórum da Comarca. Ele também foi professor de Direito Penal na Unigran.
Foi sob o comando de Rêmolo Letteriello que Dourados registrou uma das mais polêmicas disputas pela Prefeitura da história recente. No confronto entre José Elias Moreira e Braz Melo, em 1988, este venceu por uma diferença de apenas 40 votos, no episódio que ficou conhecido como “a urna 185”, que funcionara em uma escola do bairro Parque das Nações II Plano e de onde o eleito conseguiu superar o segundo colocado. A pendência foi parar na Justiça e só perto dos dias da diplomação é que se confirmou a vitória de Braz.
Atualmente, mesmo aposentado, Rêmolo estava advogando e trabalhando com mediação, tendo alcançado grande destaque na área, o que o levou a ser palestrante em outros países da América Latina. O advogado exerceu a advocacia em Campo Grande de 1966 a 1976. Ingressou na magistratura e judicou por 35 anos (1976 a 2011). Presidiu o Tribunal de Justiça de MS, o Tribunal Regional Eleitoral e a Amamsul (Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul).
Acadêmico
A ASL (Academia Sul-Mato-Grossense de Letras) divulgou nota lembrando do ingresso do magistrado na entidade, em março de 2009, para ocupar a Cadeira 22 que pertenceu anteriormente à acadêmica Oliva Enciso. Letteriello escreveu e publicou obras muito aplaudidas no meio jurídico, como “Ação Reivindicatória” (coautoria com Paulo Tadeu Haendchen), “Ação de Usucapião Ordinário”, e “Repertório dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais” e, mais recentemente, “Temas de Mediação no Direito Comparado - A Mediação em 66 países”; e o livro biográfico “Reverenciando Canale - um marco de bravura moral”, homenageando ex-senador Antônio Mendes Canale, eleito pelo antigo Mato Grosso depois de ter sido prefeito de Campo Grande.
