O cultivo de eucalipto é uma opção cada vez mais rentável para os produtores rurais em geral. Pensando em alimentar esse mercado em expansão, a Unigran ofereceu, em parceria com o Sindicato Rural, um curso de silvicultura com enfoque no cultivo de eucalipto, realizado pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e direcionado aos acadêmicos do curso de Agronomia.
O instrutor do Senar que ministrou o curso, Ramiro Juliano da Silva, explica que um dos benefícios de atividades como essa é desmistificar o cultivo do eucalipto. “O eucalipto é cercado de mitos, mas ele está presente na nossa vida todos os dias, desde aos produtos eletrônicos até farmacêuticos”, esclarece.
Vários desses mitos podem dificultar a aceitação do eucalipto pelos produtores rurais. O empobrecimento do solo onde o eucalipto é plantado é o engano mais comum, segundo o instruor. De acordo com informações da Abraf (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas), 70% dos nutrientes da árvore, que se encontram nos galhos, folhas e cascas, retornam ao solo como matéria orgânica e ainda contribuem para o controle da erosão.
Mato Grosso do Sul, porém, já se encontra no caminho para superar esses pré-conceitos. De todo o espaço rural do Estado, em torno de 2,3% é dedicado ao cultivo de várias espécies de eucalipto. “O mercado cresceu muito em função das grandes indústrias que vieram para o nosso estado. Aqui em Dourados, o maior consumo é para energia, para esmagadoras e secagem de soja”, ilustra Ramiro.
Para entrar no mercado, não é necessário um grande espaço. O instrutor explica que a partir de três ou quatro hectares, o pequeno produtor já pode começar o cultivo, mas os resultados só chegam depois de seis ou sete anos.
Antes de investir no novo negócio, porém, a orientação é sempre procurar um profissional qualificado. “O papel do engenheiro agrônomo é dar assistência técnica para o produtor rural. É função dele também fazer o projeto para apresentar aos agentes financeiros. Existem créditos específicos, como os chamados ABC (Agricultura de Baixo Carbono), e o Brasil tem o compromisso da diminuição da emissão de carbono. O cultivo do eucalipto é uma das atividades que contribui para essa diminuição”, explica o instrutor.
Um dos alunos participantes do curso, Diego Thiago da Rocha, de 22 anos, do 6º semestre, disse que a palestra serviu para ele poder viabilizar um melhor conhecimento na área. “[O eucalipto] É um diferencial porque é uma atividade nova, tem pouca gente do estado se especializando nessa área”, opina.