Estrutura sucateada dos institutos de perícia não é novidade em Mato Grosso do Sul, mas agora o Estado tem prazo de 30 dias para tomar alguma atitude que coloque fim ao problema que impacta diretamente as investigações de crimes.
Nesta quarta-feira, recomendação do Ministério Público Estadual (MPE) pede que ações do Estado para terminar construção de prédio do Instituto Médico Legal (IML) de Dourados, para compra de equipamentos e materiais e reforma na Unidade Regional de Perícia e Identificação (URMI) sejam feitas em prazos que vão de 30 a 180 dias.
O promotor Etéocles Brito Mendonça também pede como media paliativa que o Estado procure universidades e laboratórios particulares para que convênios ou contratações possam ser feitas para que investigações de crimes possam ter mais agilidade. O prazo para essa medida é de 30 dias.
Conforme o MP, toda a apuração em relação ao sucateamento da perícia do Estado começou no início de 2015 depois que a causa da morte de uma pessoa em Dourados não foi descoberta. A suspeita da polícia era que a vítima tivesse sido envenenada em dezembro de 2014. Sem os exames, até hoje o crime não foi esclarecido.
Durante a apuração das condições do instituto de perícia de Dourados, os promotores tiveram conhecimento de que nem em Campo Grande exames complexos não são feitos porque não há estrutura.
Diante disso, uma série de cobranças foi feita para Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e a própria coordenação das perícias, no entanto, nada foi resolvido.
Conforme os peritos, reivindicações para melhoria do trabalho e, consequentemente, agilidade nas investigações criminais do Estado são solicitadas ao Governo desde 2005 e, de lá para cá, quase nada foi feito. Segundo o MP, se o Governo não acatar as recomendações feitas hoje, o caso pode ir à Justiça.