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R$ 300 mil do Fundo de Saúde pagaram som, locação e lavagem de carros

14 setembro 2010 - 20h37Por Carlos Marinho

Contratos com “lava-rápido”, locadora de automóveis e empresa de som ambiente estão sendo investigados pela administração municipal

O Fórum dos Trabalhadores em Saúde, de Dourados, encaminhou documentação ao prefeito interino, o juiz Eduardo Machado Rocha, apontando contratos firmados para pagamento com recursos do Fundo Municipal de Saúde, que beiram a casa dos R$ 300 mil, todos firmados em janeiro desse ano. Todos eles já estão sendo investigados pela auditoria, para que se apurem possíveis irregularidades ou exageros.

Pelo Extrato de Contrato nº 423/2009, publicado no Diário Oficial de 5 de janeiro de 2010, a empresa “Sadi dos Santos Teixeira – ME”, deveria receber o valor de R$ 65.614,40 pela prestação de serviços de lavagem de carros. Segundo o Fórum, tendo como fonte o Fundo Municipal de Saúde – Manutenção Conselho de Saúde, o dinheiro seria suficiente para lavar 4.300 carros. Esse número garante a média de 11 carros lavados por dia, durante 365 dias.

Outros dois Extratos de Contrato, ambos publicados no Diário Oficial de 15 de janeiro de 2010, demonstram outros fatos considerados absurdos no gasto do Fundo Municipal de Saúde. No primeiro deles, de número 455/2010, a empresa Locvel Locadora de Veículos Ltda. receberia pela locação de uma van para transporte de pacientes no trajeto Dourados - Campo Grande - Dourados, a quantia de R$ 149.988,00. De acordo com o Fórum, esse dinheiro daria para comprar 4.200 passagens de ônibus, suficientes para 11 passagens por dia, durante um ano.

No segundo caso, o Extrato de Contrato 445/2009 gastaria R$ 78.558,50 com som ambulante. Esse dinheiro, conforme a Fórum, garantiria 7.200 horas de propaganda, ou seja, 20 horas diárias [o dobro do horário diário permitido] durante os 365 dias do ano.

O Fórum, além de questionar os gastos, lamenta o descaso das autoridades com a Saúde Pública em Dourados, tendo apresentado moção de repúdio pela má administração dos recursos públicos, pela falta de material nas unidades de Saúde e pela ingerência nos processos licitatórios da Secretaria.