Cinco vereadores, atualmente ocupando mandatos na Câmara de Dourados, declararam não possuir bens, ou seja, não tiveram nenhum retorno financeiro durante os últimos 4 anos e nem na profissão exercida por cada um dos respectivos ao longo do período. No pedido de registro de candidatura para um novo mandato na mesma função, Marcão Sepriva, Marcelo Mourão, Márcio Pudim, Rogério Yuri e Tânia Cristina se declaram “sem bens”.
Marcos Roberto Soares, que adotou o ‘nome político’ de Marcão Sepriva, justamente pela empresa de segurança privada que registrou como sendo proprietário de 20% das cotas quando iniciou na vida pública, chegou a acumular 104 mil reais em patrimônio na declaração apresentada em 2016 quando ficou de suplente pelo Patriota. Foi eleito depois, em 2020, pelo Solidariedade, sem dinheiro declarado e continua ‘zerado’ quatro anos depois.
Ederson Márcio Ramos, o Márcio Pudim, é servidor público estadual, lotado na Delegacia de Polícia Civil de Dourados e foi eleito para o primeiro mandato em 2020, quando declarou possuir um patrimônio de R$ 192.288,65 e agora, quatro anos depois, candidato ao segundo mandato, não tem nada a declarar em termos financeiros.
Matemática ‘complicada’
Rogerio Yuri Farias Kintschev disputa eleições desde 2004. Na primeira tentativa, ainda estudante do curso de Arquitetura, não tinha bens a declarar. Em 2016, já diplomado, dono de alguns imóveis e da empresa ‘Érika Alvares dos Santos’, declarou patrimônio de R$ 1.049.479,21, mas não foi eleito como candidato a vice-prefeito na chapa derrotada encabeçada pelo candidato a prefeito Geraldo Resende.
Disputou a eleição para deputado estadual em 2018 com um patrimônio de R$ 1.383.100,62 e chegou ao primeiro mandato de vereador em 2020, acumulando R$ 1.832.703,39. Em 2022 foi candidato a deputado estadual e declarou possuir R$ 3.019.924,00; agora, dois anos depois, revela não possuir bens ao tentar novo mandato na Câmara de Vereadores.
Marcelo Mourão está desde 2008 na carreira política, quando tentou ser vereador, sem bens. Conseguiu o primeiro mandato em 2012, com R$ 1.982,91 no bolso; disputou para deputado federal em 2014 já com R$ 96.350,00 declarados e dono da empresa ‘MP Mourão e Cia Ltda’. Em 2016 ficou como suplente de vereador e um patrimônio de R$ 137.000,00. 42. Em 2022 disputou para deputado federal com R$ 127.667,49 em caixa e agora tenta novo mandato, sem bens.
Tania Cristina tenta uma função pública desde 2004, mas só conseguiu em 2022 depois de ter concorrido a vereadora em 2020 quando ficou na suplência da deputada eleita Lia Nogueira, e ter declarado um patrimônio de R$ 670 mil, que ‘sumiu’ nesses dois anos já que agora, na campanha da reeleição, se declara sem bens.
Pagar pra trabalhar
Alguns dos candidatos à reeleição para vereador, entretanto, estão ‘pagando’ para exercer a função legislativa. É o caso, por exemplo, de Laudir Munaretto, que também começou na política como candidato em 2004, sem bens. Em 2008 obteve uma suplência, com R$ 200 mil em caixa e acabou entrando na metade da legislatura. Depois, em 2020, nova tentativa: eleito, declarou patrimônio de R$ 471.587,94. Em 2022 declarou R$ 1.052.488,88 quando tentou ser deputado federal, e agora, na tentativa de reeleição para a Câmara, possui R$ 458.363,96.
Além dele, Fabio Luis tinha R$ 889.032,11 na campanha de 2020, abaixou para R$ 714.224,32 quatro anos depois. Ele começou na vida pública, porém, como suplente de vereador em 2016, declarando R$ 148.591,62 e dois anos depois, em 2018, perdeu a eleição para deputado federal com um patrimônio de R$ 165.696,77.
Creusimar Barbosa começou em 2020 com bens declarados de R$ 250 mil e agora tenta a reeleição com R$ 70.178,64
Os bem sucedidos
Há, entretanto, os que fizeram bom uso da função pública, quando não ganharam mais visibilidade para se projetarem nas respectivas atividades laborais que desenvolvem fora do exercício parlamentar. Aí entra, por exemplo, Diogo Castilho, eleito para o primeiro mandato em 2020 com um patrimônio de R$ 1.243.382,06, agora elevado a R$ 2.233.350,92 na busca da reeleição.
Elias Ishy, do alto dos seis mandatos já obtidos, declarou agora um patrimônio de R$ 973.883,50 contra R$ 929.770,36 da última campanha, em 2020. No meio dessas, tentou ser deputado federal em 2022, declarando R$ 754.583,71.
Mauricio Lemes também é outro que ‘passou na prova matemática’: pediu para ser candidato a reeleição com R$ 836.103,86 na conta depois de ter sido eleito em 2020 com R$ 533.880,82. No meio dos mandatos, também, tentou ser federal em 2022, declarando na época um patrimônio de R$ 821.954,40.
Sergio Nogueira também já passou por várias campanhas – está desde 2006 disputando eleições de vereador, deputado estadual e federal, mas agora declara patrimônio de R$ 456.539,20 ao tentar o quarto mandato, enquanto em 2020 tinha R$ 305.365,48.
Daniel Junior tenta o segundo mandato com R$ 135 mil em caixa, pra quem foi eleito em 2020 com nada. Nesse meio tempo tentou ser deputado estadual em 2022, declarando R$ 45 mil.
Janio Miguel foi o mais votado na primeira tentativa de ser vereador, em 2020, com um patrimônio declarado de 50 mil reais; agora mantém o mesmo valor na busca do segundo mandato.
Juscelino Cabral estreiou em 2020 com um patrimônio declarado de R$ 575 mil que conseguiu elevar para 680 mil reais quatro anos depois.
Liandra Brambilla não tinha nada na primeira eleição em 2020 e vai tentar o segundo mandato com R$ 55 mil acumulados
Olavo Sul disputou e venceu em 2020 com 24 mil reais em caixa e conseguiu multiplicar para R$ 405 mil para este ano
Cemar Arnal tinha R$ 50 mil quando se elegeu em 2020 e agora tenta novo mandato com um patrimônio declarado de 100 mil reais.
Daniela Hall conseguiu dobrar o capital: Tinha 210 mil reais quando se elegeu em 2020 e subiu para R$ 408 mil conforme declarou à Justiça Eleitoral este ano.
Os novatos
Entre os novatos na busca de uma função legislativa, onde predomina a lista dos ‘sem bens’, alguns se destacam milionários, como por exemplo o empresário Joel Cançado (R$ 4.160.000,00), o corretor de imóveis Guto Nantes (R$ 2.489.500,00), o servidor público estadual Jeosafá Alves (R$ 2.035.000,00), o cartorário e ex-deputado Valdenir Machado (R$ 2.000.000,00), o advogado Fabiano Rodelini (R$ 1.467.774,17) e os empresários Dalton Santos Ribeiro (R$ 1.311.216,37), Rafael Razuk (R$ 1.381.449,04) e Juliano Azambuja (R$ 1.241.000,00), além do aposentado Nelso Gabiatti (R$ 1.197.263,30)
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