Menu
Buscardomingo, 13 de outubro de 2024
(67) 99913-8196
Dourados
31°C
unigran25
Economia

Ferrovia Santos-Peru, alternativa de integração latina para MS

14 fevereiro 2017 - 11h54Por Silvio Andrade

Mato Grosso do Sul terá um novo caminho para escoar sua produção e aumentar a competitividade no mercado internacional com a efetivação do corredor bioceânico ferroviário ligando Santos (SP) a Ilo (Peru). O projeto foi apresentado pelas autoridades da Bolívia ao governador Reinaldo Azambuja, em reunião realizada na última segunda-feira (13), em Corumbá. “É a melhor alternativa”, disse Azambuja, entusiasmado com a proposta.

O novo corredor terá 3.700 quilômetros, dos quais mais de 80% já implantados, e a grande vantagem do projeto boliviano, segundo o governador, é a possibilidade concreta de uma integração comercial com o Paraguai, país com o qual o Estado já tem uma forte relação, e Argentina e Chile, cujos países se unem a esta malha por meio de ramais já em operação. Para unir Santos a Ilo ainda faltam 200 km de ferrovia dentro do território boliviano.

“Entendemos que de todas as alternativas de corredores bioceânicos em discussão, este apresentado pela Bolívia é o mais viável, até pela infraestrutura já existente e a interconexão com vários países. É o futuro da integração da América Latina”, analisou o governador Reinaldo Azambuja. “Além do mais – completou, não teríamos passivos ambientais, como no Corredor do Norte, que atravessaria toda a Amazônia, e os investimentos seriam menores”.

Competitividade

Para o governador, a proposta boliviana, que já tem a anuência do Paraguai, Argentina e Peru, proporciona “viabilidade total” e consolida, de fato, a integração do continente – além de encurtar em dias e milhas náuticas o transporte da produção do Estado e nacional, hoje canalizada nos portos de Santos e Paranaguá, via Oceano Pacífico. “Ganharemos mais competitividade e parte desse corredor já pode ser usado para exportar e importar”, disse.

A reunião para apresentar o projeto ao governador durou duas horas e foi realizada no gabinete do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira, com a presença do representante do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro e do ministro boliviano Milton Carlos Hinjosa, de Obras Públicas, Serviços e Habitação, da Bolívia. O governo da Bolívia pede formalmente, por meio de Mato Grosso do Sul, a adesão do Brasil à iniciativa.

Ferrovia é viável

Azambuja adiantou que levará o estudo ao ministro das Relações Exteriores, José Serra, reforçando o interesse do Estado na consolidação do corredor ferroviário e, ao mesmo tempo, retomará as discussões com o governo federal e com a concessionária da Malha Oeste, a ALL/Rumo, para recuperação da ferrovia entre Três Lagoas e Corumbá. “Há uma perspectiva clara de cargas e integração, o que viabiliza estes investimentos no trecho”, explicou.

O representante do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, que atua na coordenação-geral de assuntos econômicos da América do Sul, foi enfático ao afirmar que o governo brasileiro vai cobrar uma posição da ALL/Rumo em relação à operacionalidade da Malha Oeste, hoje sucateada. “A concessionária não tem interesse em recuperar a ferrovia e, ao contrário do que diz, a malha é rentável, como demonstra este projeto da Bolívia”, pontuou.

Participaram também da reunião os secretários estaduais Marcelo Miglioli (Infraestrutura) e Jaime Verruck (Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico)além dos prefeitos Ruiter Cunha de Oliveira (Corumbá) e Carlos Anibal Ruso (Ladário).