A aplicação do horário de verão a partir da zero hora de domingo (21), nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e no estado do Tocantins, representará uma economia de R$ 280 milhões no período 2012-2013, segundo avaliação do NOS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). A previsão, feita hoje (16), diz respeito à redução de contratação de valores junto às usinas geradoras termelétricas e é mantida mesmo após recuo do governo estadual da Bahia, que decidiu não aderir ao horário de verão devido ao alto grau de rejeição da população.
O horário de verão vai até o dia 17 de fevereiro de 2013. As estimativas do órgão são de economia entre 4% e 4,5% da demanda para o horário de pico, entre as 18 e 21 horas, nos 119 dias em que durará a alteração.
O Ministério das Minas e Energia e o professor Reinaldo Castro Souza, do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, entretanto, ouvidos pela Agência Brasil, estimam economia entre 5% e 5,5%. Segundo o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, a medida terá repercussão financeira ao consumidor, pois diminui os custos de operação e reflete sobre o valor pago pela energia.
A conta do impacto, porém, não é direta. Os valores de contratação oscilam e a compra de energia é feita primeiro entre as geradoras com preços mais baixos. Conforme se torne necessário comprar uma quantidade maior de energia de fontes mais caras, o preço pago por essa energia também aumenta, explica o diretor.
“Com a redução do carregamento do sistema, você precisa de menos térmicas. O outro benefício é que, evidentemente, com a redução do consumo no horário de pico, o sistema fica mais descarregado e fica menos suscetível a contingências e com menor possibilidade de interrupção para os consumidores”, explicou Chipp.
O efeito ocorre na diminuição da contratação para horários específicos. O ONS estima que a economia de energia, no todo, não ultrapasse os 0,5% no período abrangido. O deslocamento, porém, seria benéfico mesmo na Bahia, com ganhos estimados de 3% de economia no horário de pico.
O sistema nacional de energia opera nesta primavera com termelétricas atuando, por conta, principalmente, do baixo nível de precipitações e queda no volume dos reservatórios, que estão abaixo da média dos últimos três anos e próximos da reserva mínima.
Este ano, por conta do fenômeno meteorológico El Niño, espera-se um volume de chuvas baixo no Nordeste, o que pressiona a geração energética da Região Sudeste, principal responsável por suprir a região. “Temos precisado, a cada ano, de mais energia para atender ao consumo de ponta e este ano será bem mais significativo”, disse Chipp.