Uma contribuição total de R$ 312 bilhões à economia do país em 2015 – equivalente a 3,1% do valor da produção nacional, amparando o emprego de quase 6,5 milhões de trabalhadores, o pagamento de R$ 25,5 bilhões em salários e a arrecadação de quase R$ 60 bilhões em impostos. Estes grandes números nacionais e os correspondentes a cada unidade federativa do país, inéditos até hoje, estão na publicação Voar Por Mais Brasil – Os Benefícios da Aviação nos Estados, lançada pela Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas).
Utilizando metodologia consagrada e dados de fontes públicas nacionais, como IBGE e Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o levantamento segue modelo internacional que revela o potencial de multiplicação de benefícios da atividade por toda a sociedade em termos de produção econômica, geração de empregos, pagamento de salários e arrecadação de impostos.
“Esse olhar sobre cada estado é uma informação valiosa para os gestores públicos e privados”, diz o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. “Na última década, a aviação virou transporte de massa no Brasil e ganhou força como propulsora do desenvolvimento. Somos parte de um sistema de criação e distribuição de valor”, afirma. “Mostramos que o peso da aviação frequentemente dobra quando consideramos o turismo viabilizado. Isso deixa clara a importância de alinharmos nossa a regulação e tributação aos parâmetros internacionais, o que ajudaria na retomada do crescimento econômico brasileiro”, explica.
O executivo enumera ainda outras situações que reforçam os efeitos benéficos da aviação, mas cujos impactos são difíceis de medir: “Incentivar a expansão do transporte aéreo é permitir às pessoas o acesso a recursos qualificados de educação e saúde independentemente do local de residência, é viabilizar a inserção de comunidades locais em cadeias globais de produção e comércio, é facilitar a integração de comunidades remotas de forma sustentável, além de promover o intercâmbio de ideias e projetos e aproximar famílias e amigos, contribuindo para o bem estar”.
A publicação
Voar Por Mais Brasil une os resultados da apuração econométrica realizada pela consultoria GO Associados a análises feitas pela ABEAR, permitindo a compreensão das condições de cada estado que facilitam ou dificultam o avanço do transporte aéreo.
Para cada um deles são apresentados os efeitos diretos (produção do transporte aéreo de passageiros e cargas) e indiretos (demanda por produtos e serviços dos fornecedores da aviação), o efeito renda (consumo dos trabalhadores do setor) e o efeito catalisador no turismo (consumo da parcela da movimentação turística viabilizada pelo uso do avião) que a atividade desempenha.
“O uso do avião decorre da necessidade das pessoas e empresas de um determinado lugar precisarem de um transporte com as características de agilidade, alcance e segurança. Por isso dizemos que a aviação tem uma demanda derivada, isto é, ninguém voa por voar, mas sim porque possui uma motivação específica”, explica o consultor da ABEAR à frente do estudo, Maurício Emboaba. “Em cada lugar essa demanda precisa existir em quantidade suficiente e em condições que deem a sustentabilidade para a prestação desse serviço de alta complexidade”, detalha.
Com base no quadro geral analisado, o especialista indica caminhos para favorecer a oferta de transporte aéreo ou para reforçar da demanda existente. “Para ampliar a penetração do transporte aéreo, em última instância um estado pode aprimorar a sua realidade econômica e social, o que é desejável, mas é complexo e leva tempo. Uma alternativa mais rápida é investir em polos de desenvolvimento, o que, entre outras vantagens, aumenta a atratividade para o transporte. Outra opção é diminuir ou retirar as barreiras que encarecem o serviço, e nesse caso o ICMS sobre o combustível doméstico é o item mais importante sob gestão dos governos estaduais”, completa.
Além de revelar estes cenários locais que podem ensejar a atuação dos governantes, os resultados do estudo reafirmam a aviação como uma atividade com características globais. A participação de 3,1% da aviação na economia nacional é bem próxima da verificado mundialmente, que fica na casa de 3,5%, conforme já apontado por estudos estrangeiros realizados pela consultoria Oxford Economics para a Iata (Associação Internacional do Transporte Aéreo) e para o Atag (Air Transport Action Group).
Estas duas entidades também contribuíram para a publicação da Abear por meio de artigos que tratam sobre os princípios e políticas que devem nortear a atividade regulatória das autoridades competentes e sobre as iniciativas do setor para ser cada vez mais sustentável.