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Educação

Graduada enfermeira, indígena quer voltar pra aldeia e ensinar o que aprendeu na UEMS

02 fevereiro 2017 - 18h10

“Quero voltar para a aldeia, trabalhar e dedicar tudo que aprendi aqui dentro da UEMS! Com toda a vontade, com toda honra!” É o que enfatiza Kawane Lopes Alexandre, de 22 anos, indígena recém-formada no curso de Enfermagem, pela unidade de Dourados da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).

O reitor Fábio Edir dos Santos Costa abriu a temporada de formaturas de 2017, nesta quarta-feira (1) e na primeira cerimônia, em Dourados, 105 bacharéis dos cursos de Ciências Biológicas, Ciência da Computação, Direito, Enfermagem, Engenharia Ambiental, Engenharia Física, Química Industrial, Sistemas de Informação e Turismo receberam a outorga de grau.

“Ao nos encaminharmos para o final desta etapa tão importante, peço que cada um traga à memória aquilo que realmente dá sentido à vida, aqueles que vocês amam, aquilo em que vocês acreditam, e lutem por isso, com toda a força que já provaram ter ao concluir a graduação. No final das contas não é uma questão de conquistar ou ter alguma coisa, mas de sermos… humanos”, enfatizou o reitor da UEMS.

A nova Enfermeira formada pela UEMS, Kawane Alexandre, foi incentivada pela família a atuar na área de saúde, pelo irmão que é enfermeiro e pela mãe que é técnica de enfermagem. “Sempre gostei também de enfermagem, de cuidar de pessoas que estão doentes, sempre me interessei por esta área. Quando morei na aldeia vi a necessidade que tem lá dentro, de ter um cuidado maior, as crianças desnutridas, por isto que a gente tem que lutar para cada vez melhorar a saúde lá”, destacou.

Kawane teve acesso ao ensino superior por meio das cotas e acredita ser de extrema importância para abrir portas para os indígenas. Assim, como Sander Sabino, de 24 anos, que ingressou no curso de Direito pelas cotas para negros, “as cotas são uma boa oportunidade também para facilitar ou para permitir o acesso de pessoas de escolas públicas na universidade, porque querendo ou não o vestibular é um processo que exclui bastante as pessoas. Na UEMS o legal é que também tem as cotas para indígenas, além das cotas raciais de escola pública, então torna o ambiente bem mais diversificado”, ressaltou.