As principais lideranças indígenas das aldeias de Dourados protocolaram na manhã desta sexta-feira (12), na Secretaria municipal de Educação, documento em que pedem que as aulas nas escolas da Reserva continuem sendo ministradas na modalidade de ensino remoto até o final do ano letivo. Eles são contra a orientação da secretária Ana Paula Benitez que determinou a volta às aulas no modelo presencial.
Conforme o documento, assinado pelos caciques das duas aldeias urbanas e lideranças dos conselhos que regem as normas internas, enviado com cópia também para o MPF (Ministério Público Federal), a situação de confinamento em que vivem os habitantes da maior área indígena do País levam a essa preocupação.
Fica difícil evitar a aglomeração nos pontos de ônibus, na ida para a escola, aliado com a situação de vulnerabilidade social, falta de água e aos relatórios da Sesai (a Secretaria Especial de Saúde Indígena) que indicam o aumento dos casos de contaminação pela Covid-19 no interior das aldeias.
Decisão do comitê
De acordo com a secretária Ana Paula, a decisão de retomar as aulas presenciais, depois de um período de isolamento, foi tomado pelo comitê emergencial formado por integrantes das Secretarias estadual e municipal de Saúde, da Vigilância Epidemiológica, MPF e das Secretarias estadual e municipal de Educação, em apoio ao Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena), que prometeu intensificar ações de testagem, monitoramento e vacinação.
Segundo ainda a secretária de Educação da Prefeitura, a retomada das aulas presenciais é uma contribuição porque o comitê acredita que com as crianças e adolescentes dentro das escolas “é possível monitorar as famílias por meio da identificação dos nossos alunos e fica fácil para o Dsei achá-los em sala de aula e fazer as ações efetivas de prevenção e controle da contaminação contra a Covid-19”.