O ex-secretário de Governo da Prefeitura de Dourados na gestão do ex-prefeito Ari Artuzi e delator do esquema que levou para a cadeia, além do próprio prefeito da época, também o vice-prefeito Carlinhos Cantor e nove dos 12 vereadores do Município, apareceu na campanha eleitoral deste ano, faltando dois dias para o dia das eleições. Em forma de panfletos apócrifos, o nome do jornalista Eleandro Passaia é associado a mais um escândalo de corrupção.
Principal protagonista da operação “Uragano” (furacão, em italiano), Passaia teria recebido R$ 50 mil, em cheque, do vereador Gino José Ferreira, do DEM. Vale lembrar que Gino e o colega na Câmara, Dirceu Longhi, do PT, foram denunciados por envolvimento em operações com Artuzi, mas não chegaram a ser presos. O panfleto diz que o jornalista recebeu R$ 50 mil “para não denunciar Gino Ferreira”.
Dos 12 vereadores eleitos em 2008, a única que não teve o nome citado em nenhum das acusações foi a vereadora Délia Razuk, do PMDB, apesar do marido dela, o ex-deputado Roberto Razuk, ter sido incluído no livro “Máfia de paletó”, editado por Passaia após o escândalo.
De acordo com o panfleto que amanheceu espalhado hoje (5) por vários bairros e na área central da cidade, Gino pagou a propina a Passaia com o cheque de número 008060 da agência central do Banco Bradesco com data de 19 de janeiro (o ano da emissão do cheque está ilegível no material). O jornalista foi secretário de Governo de Ari Artuzi no período de janeiro a setembro de 2010, quando a Polícia Federal prendeu vários políticos, empresários e servidores públicos acusados de patrocinarem o desvio de recursos da ordem de R$ 35 milhões dos cofres públicos.
Procurado pelo Douranews, o vereador Gino Ferreira enviou, às 11h40, por intermédio de assessoria, nota como "direito de resposta" (leia abaixo), enquanto que Passaia encontra-se em lugar incerto depois que teve o pedido formulado por advogados de alguns envolvidos para também ser incluído entre os réus do processo.
Nota do vereador Gino
"O vereador Gino José Ferreira, candidato a reeleição ao cargo de vereador pelo partido Democratas foi vítima de uma covarde tentativa de denegrir sua imagem pública, através de um panfleto apócrifo (sem autoria) com fim exclusivamente eleitoral.
O panfleto traz um cheque do vereador, nominal ao ex-secretário no governo Ari Artuzi, no valor de RS 50.000,00, fazendo supor que a inocência do vereador Gino teria sido comprada, já que o mesmo não fez parte do escândalo que resultou na prisão do ex-prefeito.
Vale lembrar aos cidadãos douradenses, que o panfleto apócrifo é crime, civil e eleitoral, implicando em prisão para seus autores, se constatada a autoria. Porém, não possuindo autores, os acusadores buscam denegrir a imagem de pessoas que a justiça isentou de culpa.
Quanto ao cheque em questão, fica esclarecido que o mesmo NÃO EXISTE E JAMAIS EXISTIU. E NÃO SE TRATA DE NEGAR O FATO, MAS DE ESCLARECER QUE AQUELA LÂMINA DE CHEQUE JAMAIS FOI EMITIDA, SENDO UMA FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA.
Além disso, a “olhos nus”, podemos verificar que a caligrafia que nomina aquele suposto cheque, não pertence ao vereador, não passando, pois, de mera tentativa de enganar o cidadão douradense.
Os interesses de covarde manobra parecem claros, senão de impedir que o vereador volte a Câmara Municipal Douradense para dar continuidade a luta pelos direitos da classe produtiva.
Pelo seu posicionamento corajoso, é fácil entender as razões do apoio do Sindicato Rural, que fiel aos seus pares, não refutou apoio ao vereador Gino.
Que a verdade prevaleça e os responsáveis pela ilegalidade em questão respondam na justiça, seja por macular a imagem de pessoas de bem, seja por tentarem levar o eleitor a novos erros.
Assessoria do Vereador Gino José Ferreira"
(Reportagem atualizada às 11h46 para ampliar informações)