Ao longo de uma hora e meia, o baiano Carlinhos Brown realizou um show inesquecível na noite de sábado (13), segundo dia do 13º Festival América do Sul Pantanal (Fasp), em Corumbá. Com mais de 30 instrumentos – a maioria de percussão – e oito músicos magistrais, o artista , do alto do Palco Integração, montado na Praça Generoso Ponce, fez 12 mil pessoas literalmente tirarem os pés do chão e praticamente fez um carnaval em novembro.
Com o grito de Ajayô – uma saudação a Oxalá, deus da mitologia africana – Brown saudou o público e iniciou uma apresentação com um set list rico e diverso, com 22 composições, algumas próprias e outras de Caetano Veloso, Tim Maia, Sérgio Mendes, Timbalada e Marisa Monte.
“Água Mineral do Pantanal”
Com uma vitalidade impressionante, Carlinhos Brown encantou famílias inteiras que pulavam e vibravam com a intensidade de seu show, como se estivessem em um bloco do carnaval baiano. A cada música, Brown interagia com o público, fazendo-o movimentar-se em conjunto de um lado para o outro, de acordo com o ritmo. Ao cantar “Água Mineral”, um hit do Carnaval brasileiro, Carlinhos improvisou e pediu ao público que repetisse “Água Mineral do Pantanal!” Na sequência, parou a música e disse: “Gente, vamos levantar as mãos mais alto pra coisa mais sagrada que é esse rio Paraguai. Pantanal, nos dê água, nos dê saúde, nos dê comunhão!” e retomou a canção.
Em outro momento, o astro chamou os fotógrafos que estavam em meio a multidão e pediu que subissem ao palco para registrar a energia do público presente “Subam, subam, fotógrafos e câmeras, precisamos registrar. Vocês são lindos, disse ao público. E do centro do palco, estimulou o público a levantar as mãos e fez selfies para registrar, enquanto o público ia ao delírio.
A cantora Charo Bogarin, frontwoman do duo argentino Tonolec, que resolveu esticar a estada em Corumbá um dia mais para assistir ao show de Carlinhos Brown, disse ao final da apresentação que se encantou com a potência de Brown: “Estou encantada! Ele tem uma potência, um poder… Nâo é fácil mobilizar o público. Eu, enquanto artista, sei bem disso e fiquei apreciando absolutamente tudo o que ele fazia:: suas danças, suas expressões corporais, seu poder com a voz e com a palavra. E com um rol de músico excelentes. A parte de percussão foi magistral. Valeu a pena ter ficado mais um dia em Corumbá!”.
Vanderléia Coimbra Rodrigues, 43 anos, é uma das que curtiu o espetáculo com muita atenção. Cadeirante, sem poder movimentar as pernas, assistiu o show na íntegra colada ao palco, com um casal de amigos campo-grandenses que veio a Corumbá justamente para levá-la a ver o ídolo. Ao final do show, Vanderléia foi a primeira a receber um abraço apertado do ídolo, com quem tirou fotos e garantir ser um dos melhores momentos de sua vida.