O Brasil está entre os países que pagam a maior carga tributária no mundo, sendo que alguns impostos superam 50% do valor da mercadoria, com taxas federais, estaduais e municipais. Já o Mato Grosso do Sul paga o maior ICMS do país, elevando ainda mais os preços das mercadorias compradas no Estado.
A economista Adriana Brum conceitua a tese das importações segundo a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), para justificar o aumento e as facilidades com que os contribuintes recorrem aos produtos do Paraguai, por exemplo.
“A Cepal prega o desenvolvimento dos países periféricos segundo a tese de substituição do processo das importações, que é utilizada no Brasil. Nessa tese se prega que deve haver uma intervenção do governo para tornar mais caros os impostos dos que importam mercadorias para o Brasil” diz Adriana.
Por isso, segundo ela, os produtos importados possuem uma carga tributária tão grande, para que fiquem mais caros para os brasileiros, induzindo assim a população a consumir o produto interno ao invés do externo.
Adriana conta ainda que com essa intervenção do governo, a maioria dos produtos importados entra com um valor maior aqui no Brasil, mas se trazidos do exterior, no caso do Paraguai, tem um custo bem menor, pois neles não há imbutidos alguns desses impostos que existem do lado brasileiro.
“Um dos fatores que possui maior influência é o fator monetário, pois a moeda que é utilizada no Paraguai é o guarani, que é altamente desvalorizada”, explica. Adriana afirma também que a baixa na moeda do Paraguai é uma forma de atrair consumidores para a fronteira, fazendo com que entre mais dinheiro no país, tendo até mesmo a intervenção do Governo paraguaio para manter o guarani em baixa. (Colaborou: Josiane Michele, acadêmica do 6º semestre de Jornalismo da Unigran).