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Finanças Pessoais

Estudo diz que estrutura familiar custa R$ 1.500 por mês

04 novembro 2012 - 12h32Por Redação Douranews

Lavar, passar, fazer comida, cuidar da casa, levar as crianças para a escola e todos os detalhes diários da manutenção de uma estrutura familiar valem, em média, R$ 1.500 por mês, segundo três pesquisadores da UFF (Universidade Federal Fluminense). Eles concluem também que, em média, as mulheres ocupam em afazeres domésticos o dobro do tempo que os homens gastam com as mesmas tarefas.

Com base no estudo de 2001 a 2010, os professores defendem que essas atividades classificadas de ''trabalho não remunerado e de invisibilidade'' sejam incluídas no cálculo do PIB (Produto Interno Bruto) de cada país. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos na economia de uma nação.

A proposta dos professores do Departamento de Economia da UFF Hildete Pereira de Melo, Claudio Monteiro Considera e Alberto Di Sabbato esbarra, porém, em resistências da ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo os pesquisadores, se os afazeres forem contabilizados, revelarão o tamanho dos serviços criados pela mão de obra não remunerada.

Hildete Pereira de Melo, que é coordenadora de Programas de Educação e Cultura da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, defende que a inclusão dos gastos de atividades não remuneradas no cálculo do PIB contribuirá para acabar com a ''invisibilidade do trabalho doméstico''.

''A iniciativa mudaria a percepção da mulher na sociedade. Não é por nada que a sociedade ignora esse tipo de trabalho. Há um certo obscurantismo nessas tarefas. Milenarmente isso ocorre. Mensurar esses gastos é mudar a percepção, é empoderar as mulheres em relação ao trabalho não remunerado'', disse Hildete Melo.

Claudio Considera e Hildete Melo ressaltam que, ao não avaliar as atividades domésticas das pessoas, reforça-se no país o conceito de ''invisibilidade'' que caracteriza esses afazeres e a ''inferioridade do papel da mulher na sociedade''. O estudo dos pesquisadores usou dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) realizada pelo Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os pesquisadores destacam também que, em vários países, inclusive o Brasil, mulheres optam por ficar em casa e não trabalhar devido à baixa remuneração oferecida no mercado de trabalho. Os professores acrescentam que, nos países desenvolvidos, o valor pago para afazeres domésticos é elevado e nem sempre acessível.. Com informações da Agência Brasil

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