Ainda não foi dessa vez que os Meninos da Vila encantaram na Taça Libertadores. Pelo contrário. Apesar de lampejos de Neymar e de alguns bons passes de Paulo Henrique Ganso, o Santos perdeu para o Colo Colo-CHI, por 3 a 2, nesta quarta-feira à noite, no estádio Monumental, em Santiago, no Chile, e se complicou no Grupo 5. Com apenas dois pontos ganhos, fica em terceiro na chave e vê os chilenos, com seis, assumirem a liderança, um ponto à frente do Cerro Porteño-PAR, que tem cinco.
Os santistas, mais uma vez, ficaram devendo futebol futebol na competição continental. Apesar de ter melhorado no segundo tempo, ficou muito abaixo do que se esperava deles. Antes do início da Libertadores, o Alvinegro era considerado forte candidato ao título. Agora, corre sério risco de nem passar às oitavas de final.
O próximo confronto das equipes na Libertadores será no dia 6 de abril, na Vila Belmiro. Porém, antes de encarar novamente o Colo Colo, o Peixe joga neste sábado, contra o Bragantino, em Bragança Paulista, pelo Campeonato Paulista.
Colo Colo impiedoso e com "olé"
Parecia um exagero. A falta era apenas a alguns passos além do círculo central. Elano posicionou a bola. Estava a 40 metros da meta defendida por Castillo, que nem armou a barreira. O meia santista ignorou distância e mandou a bomba. A bola, viajando a 105 km/h, foi na direção do goleiro, que acabou se atrapalhando, deixando-a passar. Com quatro minutos de jogo, o Santos estava na frente do placar. Mas o time praiano parou por aí.
O Colo Colo jogou Taça Libertadores. Sempre atento, marcando forte, com vontade e extrema velocidade nos contra-ataques, não se intimidou com o gol santista. Pelo contrário. A torcida, que lotou o Monumental, não parou de cantar um segundo. O Santos, como aconteceu nos outros dois jogos que disputou na competição (contra Deportivo Táchira-VEN e Cerro Porteño-PAR), optou por tocar a bola de um lado para o outro, sem muita inspiração, jogava um jogo comum.
Neymar, bem marcado, até tentava driblar. Chegou mesmo a levar vantagem sobre seus marcadores em alguns lances. Faltava, porém, alguém para combinar jogadas com o camisa 11. Ganso, cuja participação era esperada com ansiedade, depois de sua grande atuação no último sábado, contra o Botafogo-SP, pelo Paulistão, esteve apagado. Não deve ter impressionando o técnico do Colo Colo, Américo Gallego, que, antes da partida, admitiu não conhecer o camisa 10 santista.
A equipe chilena explorava as costas do lateral-esquerdo Léo. A velocidade era tanta que a defesa santista entrou em pane. Aos 26, Miralles passou para Paredes, que trombou com Durval, caiu, se levantou e chutou uma bola colocada, sem chances para Rafael. Estava empatada a partida. O ritmo do Colo Colo era alucinante. Os santistas não sabiam para onde correr. Aos 35, Elano perdeu a bola na direita e ficou reclamando falta. O juiz deu de ombros. Os chilenos, muito menos. Miralles recebeu no meio, lançou Paredes na direita e correu para área. Paredes devolveu o passe o camisa 11, que entrava livre na área. Com um leve toque, virou o jogo.
Só o Colo Colo jogava. A essa altura, Léo já havia saído de campo, substituído por Rodrigo Possebon. Pará saiu da ala direita para a esquerda e Danilo, que estava no meio, foi para a direita, sua posição de origem. A mudança tática não adiantou. El Cacique continuava dominando a bola no meio e saindo em velocidade. Aos 41, veio o terceiro. Atordoada, a zaga santista ficou assistindo a Scotti subir e escorar de cabeça cobrança de falta de Paredes. Era o sinal que a torcida chilena precisava para iniciar os gritos de "olé" no Monumental.
O Colo Colo andou muito perto de ampliar o placar logo no primeiro lance do segundo tempo. Após cobrança de escanteio para o Peixe, os chilenos roubaram a bola e partiram em grande velocidade mais uma vez. Paredes recebeu passe pelo alto e escorou para Mirallas, que emendou de voleio. A bola foi no travessão.
Santos esboça reação, mas não chega ao empate
O lance acordou o Santos, enfim. O time deixou os toques de lado e passou a aprofundar as jogadas. No primeiro lance em que Ganso e Neymar se acharam em campo, saiu o gol, aos quatro minutos. O camisa 10 recebeu e abriu para o atacante, que vinha pela esquerda. Ele entrou livre, driblou o goleiro e tocou de pé esquerdo, diminuindo o prejuízo santista.
O Santos começou a controlar melhor o jogo. Já não dava mais campo e nem a bola, para o Colo Colo contra-atacar. Faltavam, porém, uma jogada mais incisiva, um lance agudo para ameaçar Castillo. A equipe chilena, por sua vez, se retraiu. Passou apenas a marcar, sem se arriscar muito. O objetivo era segurar o resultado e, quem sabe, arranjar um contra-ataque para matar a partida. Foi o que quase aconteceu aos 24. Jerez passou como quis por Danilo e cruzou da esquerda. Paredes ganhou de Durval pelo alto e escorou. A bola passou raspando a trave esquerda.
A chance que o Santos tanto esperava aconteceu aos 25. Ganso recebeu pelo meio e passou para Elano que entrava sozinho. O meia dominou, avançou e chutou de esquerda. O tiro, porém, saiu fraco e Castillo defendeu. O jogo se tornou franco, com os dois times trocando golpes, que ainda não eram fatais.
E aos 37 o Colo Colo quase voltou a marcar novamente, em jogada de Miralles, bem defendida por Rafael. No rebote, Fuenzanila cabeceou para fora, rente ao travessão.