A Funai (Fundação Nacional do Índio) confirmou ontem (17) a morte do líder guarani Amilton Lopes. Ele morava na aldeia Piracuá, em Bela Vista e foi encontrado já sem vida em um rio que corta a terra indígena. Segundo informações não confirmadas, Amilton teria saído domingo (16) de manhã para pescar. Rumores na aldeia são de que ele estava sozinho no local onde pescava e que a morte teria acontecido por afogamento. Mesmo assim, lideranças dizem que vão cobrar das autoridades investigação rigorosa e não descartam a possibilidade de crime.
Amilton Lopes era membro do Aty Guasu regional, espécie de conselho político dos índios, e já havia sofrido ameaças de morte ligadas aos conflitos fundiários na região de fronteira de Mato Grosso do Sul.
A Polícia Civil já foi comunicada oficialmente, mas não há mais detalhes sobre o caso. De acordo com a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) de Antônio João, que acompanha a liberação do corpo, ainda não há nenhuma informação oficial sobre as circunstâncias da morte.
A morte da liderança foi lamentada na sessão da Câmara de Dourados na manhã de hoje (18). O vereador Dirceu Longhi (PT) lembrou que Lopes foi “um exemplo de luta e militância em prol das comunidades indígenas Guarani/kaiowá” , com trajetória forjada na militância política, sendo um dos fundadores do PT em Mato Grosso do Sul.
“Sua luta incessante e perene pelos direitos dos mais necessitados não finda com sua partida, apenas nos remete a uma maior responsabilidade pela continuação e vitória destas lutas”, afirmou o vereador.