O economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), Olivier Blanchard, acredita que será preciso uma década para superar a crise financeira e econômica que começou em 2008 e adverte que reduzir demais a dívida pode afogar a economia. "Ainda não podemos falar de uma década perdida, mas desde a explosão da crise, deverá passar, pelo menos, dez anos para que a economia mundial saia dela", disse Blanchard em entrevista publicada hoje (3) pelo portal econômico húngaro "portfolio.hu".
O responsável pelo FMI explicou que o elevado nível da dívida em muitos países da Europa é algo perigoso, porque poderia levar os Estados a terem que declarar falta de pagamentos. "É inquestionável que devemos reduzir a dívida", afirma. Neste sentindo, o economista pede que cada país encontre seu ritmo adequado para reduzir a dívida e adverte que, se a velocidade baixar muito, poderá afogar a economia.
Ao mesmo tempo, o economista disse que "não é somente necessário, mas aconselhável que a inflação da Alemanha seja mais alta", o que aumentaria os salários reais da população e, assim, seu poder aquisitivo.
Se o BCE (Banco Central Europeu) quer manter seu objetivo para a inflação em 2% enquanto os ajustes são aplicados, nos países centrais a porcentagem deveria ficar acima desse marcador, enquanto na periferia europeia teria que estar abaixo.
Segundo Blanchard, esta política não representa provocar uma hiperinflação, já que o equilíbrio será mantido "graças às condições gerais da demanda e o compromisso do BCE com a estabilidade dos preços". Com relação à zona do euro, Blanchard considera importante que seja realizada a união fiscal e bancária para decidir "dar um passo para frente ou para trás". Com informações do iG