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Após torcedora inglesa viralizar, brasileiros revelam ter mentido no trabalho para assistir a jogos

10 julho 2021 - 16h43

Nesta semana, uma torcedora inglesa acabou demitida após inventar que estava doente para não ter que trabalhar e ser flagrada por TV no estádio de Wembley, em Londres, assistindo ao jogo entre Inglaterra e Dinamarca. Nas redes sociais ficou um ar de "quem nunca?", com muitos se recordando de artifício parecido para assistir a algum evento esportivo ou cultural.

Nina Farooqi flagrada em Wembley e demitida no dia seguinte
Nina Farooqi flagrada em Wembley e demitida no dia seguinte Foto: Reprodução

Aconteceu algo parecido com a consultora Priscila Citera, do Rio:

"No Pan de 2007, eu tinha ingresso para assistir a um jogo de vôlei masculino do Brasil. Trabalhava num escritório de contabilidade no Centro do Rio. Tinha esperança de ser liberada. Mas a gente estava com uma demanda de trabalho muito grande e não fui liberada. Trabalhei até a hora do almoço e depois disse que estava passando mal. Saí, encontrei o meu marido à época, almoçamos, troquei de roupa e fomos ao Maracanãzinho. E no meio do jogo eu apareci no telão. Mas não deu nada para mim. A exposição na internet era menor naquele tempo. Aí consegui me safar."

Priscila no Maracanãzinho: mentira para ir ao Pan de 2007
Priscila no Maracanãzinho: mentira para ir ao Pan de 2007 Foto: Arquivo pessoal cedido ao blog Page Not Found

Priscila até se manteve "na linha" em outro episódio, mas assistir a dois shows do Bon Jovi lhe custou o emprego.

"Em 2013, eu trabalhava numa empresa maior no Centro, e tinha o show do Bon Jovi no Rock in Rio. Eu ia aos shows do Rio, na sexta, e de São Paulo, no domingo. Eu tinha banco de horas e acertei com chefia voltar na segunda. Mas chovia horrores em São Paulo e o voo atrasou. Cheguei ao trabalho ao meio-dia, de mala. A minha chefe me chamou na sala dela e me demitiu. Acabei extrapolando o banco de horas", explicou ela.

O carioca Paulo (nome fictício, a pedido do entrevistado) apareceu, em imagem de TV, na arquibancada do estádio Monumental de Lima (Peru) comemorando o gol do título do Flamengo na decisão da Libertadores contra o River Plate, em 23 de novembro de 2019. Mas ele não deveria estar lá, afinal "estava doente em casa".

"Não podia perder esse jogo de jeito nenhum. Consegui ingresso e passagem, e preparei tudo. Na véspera, liguei para o trabalho dizendo que estava doente, com febre alta. Embarquei para Lima pouco depois. Nao tinha outro voo disponível. Era a minha única chance. Só quando voltei ao Brasil e vi as imagens da comemoração percebi que tinha aparecido gritando num cantinho, atrás de outro torcedor rubro-negro. Sorte que ninguém notou, mantive o meu emprego. E era bicampeão", contou o torcedor fanático, que ainda trabalha na mesma empresa.

Carioca mentiu para ver o Flamengo bicampeão da Libertadores, em Lima
Carioca mentiu para ver o Flamengo bicampeão da Libertadores, em Lima Foto: Reuters

José (nome fictício) não apelou para doença, mas se aproveitou de uma greve dos rodoviários em Belém (Pará). Após vencer o Boca Juniors na Bombonera, pelas oitavas da Libertadores de 2003, o Paysandu recebeu o time argentino em casa. E dizendo que seria muito complicado voltar para casa por causa da paralisação, José pediu que o chefe o liberasse mais cedo. Foi uma luta, mas acabou conseguindo. Ir para casa? Nada! Foi ao estádio do Mangueirão ver o time do coração. Valeu como meio expediente.

"Falei que seria ruim voltar para casa. E poderia complicar a partir das 18h, pois não tinha frota nas ruas", comentou o torcedor, que temia um grande congestionamento até o estádio. O Paysandu foi derrotado por 4 a 2 e deu adeus à competição.

Banda Korn levou fã a mentir para ir a show no Rio
Banda Korn levou fã a mentir para ir a show no Rio Foto: Divulgação

Em 2002, para assistir a show da banda de heavy metal Korn no Rio, João (nome fictício) começou uma semana antes a espalhar no trabalho que estava com "dores no corpo e moleza". Dizendo estar com dengue, ele foi "para casa". Na verdade, ele foi para o show...

"Escutei uma gracinha, mas disse que precisava sair. Como não existia rede social à epoca, o segredo foi guardado facilmente", contou o morador de Santos (SP). "Minha cara de cansado ajudou a reforçar a ideia de que estava doente. Também ajudou trabalhar numa empresa que nao se importava com direitos trabalhistas", concluiu.

Até a clássica série "Friends" foi capaz de fazer alguém aplicar o "golpe" da mentira "por um bom motivo".

"Eu trabalhava em uma cidade e morava em outra. Falei que tinha que sair mais cedo para uma consulta, mas foi para chegar em casa a tempo de ver o último episódio de 'Friends'. Foi em 2004, eu não tinha muito juízo", disse a jornalista Ana Marigliani, que não se lembra mais da doença que inventou.

douranews