O presidente americano Barack Obama anunciou na última quinta-feira (12) que os Estados Unidos colocam fim, com efeito imediato, uma política que concedia residência a cubanos que chegavam ao país sem visto, confirmou a Casa Branca em nota, após várias fontes do Congresso informarem sobre a mudança.
Por meio desta política, conhecida como "pés secos, pés molhados", as autoridades americanas outorgavam a residência aos cubanos que entravam no país por terra e deportavam apenas aqueles que eram capturados no mar.
Com a decisão, os cubanos que tentarem entrar nos EUA ilegalmente estarão sujeitos a deportação, segundo afirma Obama em um comunicado divulgado pela Casa Branca. De acordo com a nota, trata-se de mais um passo para a normalização das relações entre os dois países.
"Os cubanos que tentarem ingressar ilegalmente no país e que não se qualificarem para alívio humanitário estarão sujeitos à remoção, de acordo com leis e prioridades dos Estados Unidos", afirma Obama no comunicado.
"Ao dar este passo, estamos tratando os migrantes cubanos da mesma maneira que tratamos migrantes de outros países", diz Obama. Segundo ele, o governo de Cuba concordou em aceitar a volta de cubanos que serão pedidos para deixar o país, assim como aceitava a volta daqueles que eram interceptados em mar.
Segundo um assessor do Congresso consultado pela agência Reuters, a mudança na política "pés secos, pés molhados", que vinha sendo trabalhada há meses, foi feita abruptamente porque um possível aviso prévio poderia motivar milhares de cubanos a navegar entre a ilha e o estado da Flórida. "Caso contrário, você colocaria vidas em risco", disse o assessor.
O Departamento de Segurança Interna também está encerrando uma política para profissionais médicos cubanos, conhecido como o programa de condicional, de acordo com a nota.
Reaproximação
Em julho de 2015, EUA e Cuba retomaram suas relações diplomáticas depois de vários meses de negociações que puseram um ponto final a mais de meio século de ruptura. A embaixada de Cuba foi reaberta em Washington, capital americana. No mês seguinte, os EUA reabriram oficialmente sua embaixada em Havana. O anúncio de que os dois países retomariam suas relações foi feito em dezembro de 2014.
Apesar da reaproximação histórica, o embargo econômico imposto à ilha ainda vigora. Seu levantamento, defendido por Obama, depende da aprovação do Congresso dos EUA, cuja maioria de republicanos é contrária à medida.
Obama visitou Havana em março de 2016. Onde fez um discurso histórico em que defendeu o fim do embargo e pediu liberdade para o povo cubano.