Os fiéis da Igreja da Unificação abarrotaram o templo principal da seita na Coreia do Sul para dar o último adeus a Sun-Myung Moon, conhecido no Brasil como reverendo Moon, cujo funeral e enterro aconteceram hoje (15), 15 dias após seu falecimento.
Segundo os organizadores, cerca de 35 mil pessoas, entre membros da Igreja e representantes de quase 200 países, estiveram no Centro Mundial da Paz Cheong Shim (Mente Pura, em coreano), situado no condado de Gapyeong, ao leste de Seul.
Após uma emotiva cerimônia, Moon foi enterrado perto do palácio-museu de Cheong Jeong sobre uma colina do mesmo condado, no qual a Igreja da Unificação possui também um hospital e centros educativos.
Antes, em um caixão vermelho de madeira ornamentado com caracteres chineses chegava o corpo do reverendo ao templo, onde jovens uniformizados o depositaram sobre o altar, enfeitado com um grande retrato do próprio Moon em frente a um grande tapete vermelho que abria passagem entre milhares de flores.
A cerimônia transcorreu no salão de atos central - similar a um grande pavilhão esportivo - perante 15 mil pessoas e foi comandada pela viúva de Moon, Han Hak-ja, e os dois de seus 15 filhos que herdaram respectivamente a organização religiosa e o empório econômico internacional construído pelo reverendo.
Hyung Jin Moon, de 32 anos, filho mais novo do líder da seita, está à frente da Igreja da Unificação desde 2008, enquanto Kook Jin Moon, seu quarto filho, dirige o conglomerado internacional Tongil Group.
Quando o primeiro pronunciou entre lágrimas um emotivo discurso de homenagem ao pai, os fiéis, que em geral mostravam até então rostos serenos, romperam em pranto coletivo, segundo reportagem do Terra.
"Estamos dispostos a seguir a vida e doutrinas que você, pai verdadeiro, nos mostrou em sua vida", afirmou Hyung Moon, vestido com um quimono branco, enquanto a mãe secava as lágrimas com um lenço.
Sun-Myung Moon, o único líder religioso na história capaz de conseguir em vida até três milhões de seguidores em 194 países, segundo dados da Igreja, morreu no dia 3, aos 92 anos, por complicações de uma pneumonia.
O reverendo fundou em 1954 a Igreja da Unificação e, uma vez consolidado o movimento, se proclamou "messias" da humanidade perante seus fiéis sob a premissa de que Deus lhe enviou à terra para finalizar a obra que Jesus Cristo não pôde concluir.
Promotor da unificação das Coreias e defensor do entendimento entre diferentes crenças e religiões, Moon alcançou uma grande influência política internacional e chegou a reunir-se com líderes como ex-líder da extinta União Soviética, Mikhail Gorbachev, e o fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung.