O aniversário de 72 anos da chamada Noite dos Cristais, que marcou o início do Holocausto na Alemanha, será lembrado nesta terça-feira, em uma cerimônia em Frankfurt. O evento será realizado com a participação de um intelectual judeu, cuja opinião sobre Israel é polêmica.
No ano passado, Alfred Grosser publicou um livro chamado From Auschwitz to Jerusalem ("De Auschwitz a Jerusalém", em tradução livre). Na publicação, segundo o jornal The New York Times, ele sugeriu que a Alemanha não era crítica o suficiente para avaliar as relações entre os governos israelense e palestino por causa da sombra histórica do Holocausto.
Um diplomata israelense na Alemanha criticou a decisão de Frankfurt em chamar Grosser para abrir o discurso, que será realizado na Igreja de St. Paul. Nascido na cidade, o professor aposentado de ciência política Alfred Grosser, 85 anos, fugiu para a França com sua família aos 8 anos. "Do lado alemão, eles não dizem nada por causa de Auschwitz", disse ele à emissora alemã Deutsche Welle no ano passado. "Quando os israelenses querem algo dos alemães, eles gostam de lembrá-los de Auschwitz", afirmou Grosser.
"Noite dos cristais quebrados"
A Noite dos Cristais (Kristallnacht ou Reichspogromnacht) deixou 91 judeus mortos em 9 de novembro de 1938, e deu início aos confinamentos de 25 mil pessoas em campos de concentração nazistas. Ao todo, 267 sinagogas foram incendiadas, além de lojas e estabelecimentos comerciais que foram saqueados e destruídos. Os nazistas deram como justificativa ao ataque o assassinato do então diplomata alemão em Paris, Ernst von Rath, pelo jovem judeu Herschel Grynszpan, dois dias antes da Noite dos Cristais.