Um documento divulgado pela inteligência do governo americano nesta sexta-feira (6) afirma que o presidente da Rússia Vladimir Putin ordenou que seu país influenciasse as eleições americanas de 2016, favorecendo o candidato republicano Donald Trump e desacreditando a democrata Hillary Clinton.
O relatório diz que o governo americano avaliou que "Putin e o governo russo se empenharam em melhorar as chances de Trump quando possível, desacreditando Hillary".
A versão pública do relatório secreto tem 25 páginas e foi divulgada depois que as agências de inteligência se reuniram com Trump para falar do assunto.
Segundo as agências de inteligência, espiões russos conduziram ciberoperações contra alvos associados com a eleição, incluindo os dois maiores partidos políticos, e acessaram dados de comitês eleitorais locais e estaduais por todo o país.
O documento diz, porém, que o tipo de sistema invadido pelos russos não comprometeu a contagem de votos.
O relatório afirma que os esforços russos de influenciar a eleição representam "a expressão mais recente do desejo antigo de Moscou de prejudicar a ordem democrática dos EUA". Afirma ainda que o escopo das atividades russas foi significativamente maior do que operações do passado.
Reunião com Trump
Donald Trump disse que sua reunião com membros de agências de inteligência americanas nesta sexta-feira (6) foi “construtiva”. Ele anunciou que e planeja designar uma equipe para criar um plano de combate a ciberataques 90 dias depois de assumir o cargo, no dia 20 de janeiro.
O presidente eleito também rejeitou - mais uma vez - que a pirataria e a divulgação de e-mails de lideranças políticas tenham tido algum efeito no resultado da eleição de 8 de novembro passado.
“Apesar de Rússia, China e outros países, grupos e pessoas de fora estarem consistentemente tentando quebrar a infra-estrutura das nossas instituições governamentais, empresas e organizações, incluindo o Comitê Nacional Democrata, não houve absolutamente nenhum efeito no resultado da eleição, incluindo o fato de que não houve adulteração em urnas eletrônicas”, afirmou Trump em um comunicado, referindo-se às acusações de que a Rússia usou atividade hacker para interferir na eleição de 2016 nos EUA.