O Primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, disse nesta segunda-feira (20) que a investigação de seu governo sobre o assassinato de Kim Jong Nam, meio irmão do líder da Coreia do Norte, será "imparcial". As tensões entre os países aumentaram.
"Não temos razão para fazer algo para prejudicar a imagem da Coreia do Norte, mas seremos imparciais", disse Najib a repórteres na capital da Malásia, Kuala Lumpur.
A Malásia disse, anteriormente, ter chamado de volta seu enviado a Pyongyang e convocou o embaixador norte-coreano em Kuala Lumpur, que colocou dúvidas sobre a imparcialidade da investigação da Malásia sobre o assassinato e disse que a vítima não é Kim Jong Nam.
Imagens do circuito interno de segurança obtidas pela Reuters aparentam mostrar Kim Jong Nam sendo atacado no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur na segunda-feira (13) por uma mulher, que acreditam ter usado um veneno de ação rápida contra Kim Jong Nam.
A Reuters não pôde verificar de forma independente a autenticidade do vídeo e autoridades policiais não estavam imediatamente disponíveis para comentários.
Kim Jong Nam, de 46 anos, vivia no território chinês de Macau sob proteção de Pequim. Ele já havia falado publicamente contra o controle da dinastia familiar sobre a Coreia do Norte.
Deputados sul-coreanos disseram na semana passada, segundo a agência de espionagem do país, que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, havia emitido uma "ordem permanente" para o assassinato de seu meu irmão e que houve uma tentativa fracassada em 2012.
A polícia da Malásia busca quatro norte-coreanos que deixaram o país no mesmo dia do ataque, já tendo detido um homem norte-coreano, uma mulher vietnamita e uma mulher indonésia, além de um homem da Malásia.
Ao menos três dos quatro norte-coreanos procurados pegaram um voo da Emirates de Jacarta para Dubai no dia do ataque, disse uma autoridade da imigração da Indonésia à Reuters.
O jornal Star, da Malásia, relatou que todos os quatro voltaram à Coreia do Norte.
A Coreia do Norte tentou impedir a Malásia de conduzir uma autópsia, insistindo que o corpo fosse entregue. O enviado norte-coreano em Kuala Lumpur acusou autoridades de "atrasarem" a liberação do corpo.
"No momento, não podemos confiar na investigação da polícia da Malásia", disse o embaixador Kang Chol a repórteres após conversas no Ministério das Relações Exteriores.