A Toyota e a Honda anunciaram hoje que manterão suspensas as atividades de montagem no Japão enquanto procuram por fornecedores alternativos. Por enquanto, as empresas afirmam que ainda não podem assegurar o abastecimento de autopeças dos atuais fornecedores que foram afetados pelo terremoto que atingiu o país no dia 11.
A Toyota, maior montadora do mundo em volume de vendas, estendeu a paralisação de suas operações de montagem de veículos em seu mercado doméstico até sábado. Já a Honda prorrogou a suspensão de suas atividades até domingo, enquanto os fornecedores de algumas autopeças ainda lutam para restaurar suas operações na região atingida pelo tremor.
A paralisação da produção do dia 14 até o dia 26 resultará numa perda de produção de 140 mil veículos, afirmou a Toyota. A Honda disse que a suspensão da sua produção corresponderá a uma perda de fabricação de 27 mil veículos.
A Honda, terceira maior montadora japonesa em volume de vendas, disse que vai paralisar a montagem de veículos e motocicletas nas fábricas de Sayama, Suzuka e Kumamoto até domingo. Mas a companhia está considerando retomar as operações nas instalações de Ogawa, Tochigi e Hamamatsu, que fazem peças para carros ainda esta semana, dependendo da situação de aquisições de peças, declarou o porta-voz da montadora.
As fábricas da Honda no exterior não irão interromper suas operações por enquanto, porque têm estoques suficientes de peças para manter as linhas de produção até pelo menos o final de março, segundo o porta-voz.
Alternativas
As duas maiores montadoras japonesas afirmaram que estão procurando alternativas para o fornecimento das peças necessárias, tais como a obtenção de peças de outras fábricas localizadas em áreas não atingidas pelo terremoto. A Toyota necessita de peças como aparelhos eletrônicos e produtos de borracha e resina, afirmou um porta-voz da montadora.
Segundo o porta-voz da Honda, cerca de 10% dos 110 fornecedores da companhia, que operam na região atingida pelo terremoto, estão encontrando dificuldades para reiniciar as operações.
Algumas montadoras japonesas, incluindo a Toyota, retomaram a produção de autopeças, mas, até agora, somente a Nissan anunciou planos para reiniciar a produção de autopeças e as operações de montagem.
A Mitsubishi disse que irá suspender as operações em todas as suas três fábricas de montagem no Japão amanhã, mas retomará as atividades em uma das três instalações na quinta-feira. Mais cedo, a companhia tinha retomado temporariamente parte da produção.
A Mazda também retomou temporariamente hoje a produção de peças de reposição, peças para fábricas no exterior e para veículos em processo de fabricação em suas fábricas em Hiroshima e Yamaguchi, no oeste do país.
A Suzuki disse que tem planos para retomar temporariamente as atividades nas linhas de montagem de veículos e produção de peças no Japão hoje e amanhã e vai decidir, mais tarde, os horários de produção para a quinta-feira.
Montadoras estrangeiras
Os distúrbios nos contratos de autopeças também estão afetando a produção em algumas montadoras estrangeiras, como a General Motors e a Renault, que utilizam componentes feitos no Japão, forçando-as a reduzir a produção em algumas de suas fábricas.
A fabricante sueca de caminhões Volvo disse que a produção em sua fábrica de caminhões UD Trucks, localizada na região de Tóquio, deve continuar a operar em escala limitada a partir de 28 de março, mas alertou que a produção da Volvo Construction Equipment na China e na Coréia do Sul deverá ser interrompida por falta de componentes essenciais.
O terremoto e o tsunami que atingiram o Japão demoliram as instalações de produção dos fornecedores localizadas na região do desastre no nordeste do país, danificaram estradas e provocaram escassez de gasolina e quedas de energia, dificultando as operações de logística.