Saúde

Geraldo vê resultado de CPI em prisão de quadrilha de próteses

5 SET 2016 • POR • 13h31
Deputado Geraldo Resende presidiu a CPI da Máfia das Órteses e Próteses - Foto: Assessoria

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu quinta-feira (1) passada 13 suspeitos de participar de um esquema de implante de próteses em pacientes sem necessidade. Segundo os investigadores, a quadrilha, composta por médicos, fornecedores e empresários do setor, superfaturavam equipamentos, fraudava troca de próteses e utilizada material com validade vencida nas vítimas. Batizada de operação Mister Hyde, a polícia apreendeu R$ 500 mil em dinheiro nas casas dos suspeitos.

Essa investigação do Ministério Público (MP) e da polícia teve início em março. Somente neste ano, o esquema lesou ao menos 60 pacientes. A quadrilha é composta por sete médicos, funcionários do hospital Home, das clínicas e da empresa que é apontada pela polícia e o MP por administrar o esquema, a TM Medical. Um servidor da secretaria de Saúde do DF foi conduzido coercitivamente para depor.

A operação Mister Hyde realizada em Brasília é um braço das investigações do Ministério Público Federal que também investiga nacionalmente a máfia das órteses e próteses, denunciada em janeiro do ano passado pelo programa Fantástico, da TV Globo. O assunto foi parar na Câmara dos Deputados, onde foi instalada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que teve no médico e deputado federal Geraldo Resende (PSDB) de Dourados o presidente dos trabalhos. Na opinião dele, a operação ocorrida em Brasília significa que a parceria entre o Parlamento brasileiro e as instituições está funcionando bem no combate aos descasos e aos escândalos de corrupção na saúde.

“O nosso trabalho exitoso de apuração e colheita de informações da CPI em 2015 deu os resultados esperados. E com base nos autos e documentos produzidos, o Ministério Público e a polícia conseguem realizar prisões como as que ocorreram, em Brasília, e de outras quadrilhas em junho de 2015, em Belo Horizonte, Montes Claros, Rio de Janeiro e Porto Alegre na operação Desiderato”, disse o parlamentar.

De acordo com o deputado sul mato-grossense, a Câmara dos Deputados precisa aprovar logo o Projeto de Lei 2.451/2015, de autoria da CPI e relatada pelo congressista douradense, que obriga o juiz a ouvir a rede pública ou os planos de saúde antes de dar liminar que envolva o fornecimento de remédios ou de dispositivos médicos. “Nós estamos legislando no sentido de garantir aos pacientes que tenham acesso a esse dispositivo, mas que nós possamos preservar o Sistema Único de Saúde e os planos de saúde, que são lesados repetidamente por demandas que muitas vezes são feitas por essas quadrilhas”, afirmou Geraldo Resende.