Campo Grande

Uber começa a atuar hoje em Campo Grande; taxistas prometem reagir

22 SET 2016 • POR • 13h07

A Uber, empresa que cria fãs e também muitos críticos por onde passa, começa a funcionar em Campo Grande a partir das 14h de hoje. Em princípio, o serviço de transporte privado que promete algumas comodidades aos usuários, e tira o sono de parte dos taxistas cobrirá toda o perímetro urbano da Capital, e aceitará pagamentos somente por cartão de crédito. Os motoristas de táxi prometeram reagir, primeiramente, na Justiça. 

Embora a companhia norte-americana não confirme, em torno de 150 automóveis estão cadastrados para atuar neste início de operação. Oficialmente, a Uber se limita a informar que o usuário não esperará mais que cinco minutos pelo veículo, depois de solicitado. Segundo a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), existem 490 táxis habilitados para oferecer transporte semelhante na cidade. 

Os preços praticados pela multinacional de tecnologia são bem menores que o do táxi. A chamada custa R$ 2,50, e o quilômetro rodado foi fixado em R$ 1,10, além de um adicional de R$ 0,15 por minuto. Já nos táxis a bandeirada atualmente é de R$ 4,50, com exceção do aeroporto internacional, onde custa R$ 8,75. O quilômetro rodado na bandeira 1 é de R$ 2,80, e na bandeira 2, R$ 3,20. 

Nos primeiros meses em Campo Grande, a Uber não aplicará o “preço dinâmico”, artifício que aumenta o custo da corrida a medida que a demanda pelo serviço aumenta. 

REGULAMENTAÇÃO

A multinacional ainda espera regulamentação municipal, como já houve em capitais como São Paulo (SP) e Vitória (ES). A companhia alega ter respaldo de legislação federal, que regulamenta o “transporte individual privado”. Em Campo Grande, tramita na Câmara de Vereadores, projeto de lei do vereador Alex do PT para proibir o Uber. No Estado, o governador Reinaldo Azambuja já vetou projeto de lei aprovado pela Assembleia, que proibia o serviço. 

Ao contrário dos táxis, em que um veículo pode ser solicitado nos pontos, ou nas ruas, os carros parceiros da Uber só podem ser chamados via aplicativo de smartphone. O usuário deve criar uma conta, parecida com a das redes sociais, onde insere seus dados pessoais, e do cartão de crédito. 

“Nossos motoristas são profissionais, todos os carros circulam com seguro para o motoristas, passageiros e eventuais danos contra terceiros”, informou o Pedro Prochno, gerente de comunicação da Uber. Segundo ele, antes de ser liberado como “parceiro” da empresa, os proprietários dos veículos têm antecedentes criminais checados. "Foram muitos os pedidos de usuários para que a Uber viesse a Campo Grande", acrescentou. 

Proprietários de carros quatro portas, fabricados depois de 2008, com documentação em dia e com ar condicionado, podem se candidatar a ser parceiro da empresa. O faturamento bruto pode chegar a R$ 5 mil para quem atuar 8 horas por dia em média. O motorista, trabalha quando quiser. 

REAÇÃO

“A desgraça. Mais cedo ou mais tarde, acontece na vida de qualquer um”, comentou Bernardo Quartin, presidente do Sindicato dos Taxistas de Campo Grande (Sinditáxi), sobre a chegada da Uber à Capital. O representante da categoria informou que o departamento jurídico da entidade está pronto para questionar a legalidade do serviço oferecido pela multinacional.

Quartin ainda criticou a falta de vistoria dos carros dos motoristas da Uber pelos órgãos públicos, e considera o serviço da concorrente um “transporte clandestino. 

O presidente do sincato também ressaltou que desde o ano passado, os taxistas passaram a investir em aplicativos e renovação da frota.