Campo Grande

Juiz decreta fianças para libertar corretor e empresário envolvidos com Olarte

26 SET 2016 • POR • 22h03
Ivamil Rodrigues de Almeida saiu do Gaeco depois de prestar depoimento no dia 17 de agosto - Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado

A defesa do corretor de imóveis Ivamil Rodrigues de Almeida, preso há 42 dias, conseguiu hoje na Justiça Estadual a liberdade do investigado pelo Ministério Público Estadual.

Evandro Simões Farinelli também obteve hoje a suspensão de sua prisão preventiva.

Os dois foram presos juntos com o casal Gilmar e Andreia Olarte durante operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrada em 15 de agosto.

A suspeita é que Ivamil teria ajudado o ex-prefeito e a ex-primeira dama de Campo Grande a comprar imóveis com recursos desviados da prefeitura. Gilmar Olarte (Pros) era o vice de Alcides Bernal (PP) e comandou o Executivo entre março de 2014 e agosto de 2015. 

O juiz da 1ª Vara Criminal, Roberto Ferreira Filho, acatou pedido e transformou a prisão preventiva de Ivamil em medidas cautelares como apresentação mensal em juízo, proibição de se ausentar da Capital e do país sem autorização prévia, proibição de manter contato com Gilmar, Andreia e Evandro e pagamento de fiança de R$ 10.560,00.

"Ele reside em Campo Grande, em endereço conhecido, exerce atividade laboral nesta comarca, tem empresa aqui constituída, e não menção alguma de que esteja ou estivesse preparando fuga ou qualquer estratégia para se ocultar do 'processo', do juízo e de suas eventuais responsabilidades", escreveu o juiz em sua decisão, para demonstrar entendimento que a libertação do corretor não atrapalharia o processo.

OUTRO RECURSO

Os advogados de Evandro Simões Farinelli entraram com o mesmo pedido para libertação do empresário, conforme averiguou o Correio do Estado. A ação de liberade provisória com ou sem fiança foi protocolada em 20 de setembro e distribuída para a 1ª Vara Criminal de Campo Grande.

O mesmo juiz da ação de Ivamil, Roberto Ferreira Filho, acatou o pedido e determinou que para a libertação o empresário precisa pagar fiança de R$ 8,8 mil.

A defesa de Farinelli alegou, em juízo, que ele foi usado como "bode expiatório" e que tem residência fixa e nunca foi ocupante de cargo público.

A denúncia envolvendo o empresário relata o uso do nome dele como "laranja" para registrar imóveis que na verdade foram comprados por Andreia e Gilmar Olarte.

Tanto ele, como Ivamil e Gilmar Olarte estão recolhidos no Presídio de Trânsito de Campo Grande há mais de 40 dias. Andreia Olarte está no presídio feminino Irmã Irma Zorzi, na Capital.

Há recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar libertar Gilmar e Andreia. O ministro Ricardo Lewandowski é o relator, em substituição a Cármen Lucia, que havia sido indica no primeiro momento. O habeas corpus deu entrada em 5 de setembro.