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Furacão Matthew devasta Haiti, onde número de mortos passa de 330

7 OUT 2016 • POR • 12h41

A passagem do furacão Matthew pelo Haiti nesta semana deixou ao menos 339 mortos, segundo contagem da agência Reuters com base em números de equipes da ONU e do governo haitiano, que na terça-feira (4) informava apenas cinco mortes.

O número de vítimas cresceu rapidamente nesta quinta-feira (6), à medida que as equipes de resgate chegavam a locais no sul e sudoeste do país que estavam debaixo d'água após as fortes chuvas provocadas pelo furacão.

Muitas das vítimas morreram devido à queda de árvores, rios inundados e destroços carregados pelos ventos de até 230 km/h, em cidades e vilas de pescadores na península de Tiburon, no sudoeste do país, por onde o furacão passou entre segunda (3) e terça-feira.

"Dezenas morreram na cidade costeira de Les Anglais", afirmou Louis Paul Raphael, do governo do Departamento Sul. "Eu nunca vi nada assim."

Les Anglais foi a primeira cidade a ser atingida pelo furacão, e desde segunda-feira estava inacessível. Matthew é o furacão mais forte no Caribe em uma década, e sua chegada à Flórida era esperada para a noite desta quinta-feira. Além do Haiti, ele deixou quatro mortos na vizinha República Dominicana.

CÓLERA

A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) afirmou nesta quinta-feira que está se preparando para um possível surto de cólera no Haiti depois do furacão Matthew, já que as inundações podem contaminar a água.

Em um hospital público na cidade de Les Cayes, capital do Departamento Sul, a maioria dos médicos não havia aparecido para trabalhar desde que buscaram abrigo durante a passagem do furacão. Água e comida são escassas nos abrigos.

A devastação no Haiti levou ao adiamento na eleição presidencial marcada para o próximo domingo (9). Pobreza, um governo fraco e condições de vida precárias para muitos de seus habitantes fazem do Haiti um país particularmente vulnerável a desastres. Em 2010, um terremoto de magnitude 7 destruiu a capital haitiana, Porto Príncipe, deixando mais de 200 mil mortos.

Logo após o terremoto, integrantes nepaleses das forças de paz da ONU inadvertidamente introduziram o cólera no país, matando ao menos 9.000 pessoas e infectando centenas de milhares.