Política

Advogados pedem cassação e deputados terão que apresentar ponto de funcionários

3 NOV 2016 • POR • 18h27
Protocolo foi feito nesta quinta-feira - Foto: Izabela Jornada/Correio do Estado

Grupo de quatro advogados protocolou, na manhã de hoje na Assembleia Legislativa, pedido de cassação dos deputados Paulo Corrêa (PR) e Felipe Orro (PSDB). Conversa em que Corrêa aparece orientado Orro a fraudar folha de ponto de servidores motivou o pedido.

Os deputados já foram intimados e têm prazo de cinco dias para apresentar defesa prévia. Vice-presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, Maurício Picarelli (PSDB) afirmou que já solicitou aos departamento de recursos humanos da Assemblaie a folha de ponto dos funcionários dos dois deputados.

O advogado, Ilmar Renato Fonseca, responsável pela iniciativa, assinará a representação juntamente com os advogados João Cyrino, Fábio Lechuga e Priscila Anzoategui. “Quem quiser participar basta fazer parte do processo”, declarou.

O CASO

Na última sexta-feira (28), o Portal Correio do Estado publicou o áudio com exclusividade. São mais de 3 minutos de conversa, ocorrida em julho de 2015 e que só veio à tona agora, em que Paulo orienta o colega a criar uma folha de ponto fictícia para que nenhuma irregularidade envolvendo funcionários que recebem sem trabalhar seja descoberta. Confira a conversa na íntegra no fim da matéria.

A reportagem apurou que a ligação vazou porque Orro usou celular emprestado de um pastor para retornar ligação a pedido de Corrêa, em junho do ano passado. Na época, Orro estava em Maracaju e conversou com o colega que estava no gabinete da Assembleia em Campo Grande.

O pastor afirma que o celular possuía aplicativo de gravação de ligações em razão de ameaças que sofria há alguns anos. Nesta semana, o pastor decidiu denunciar a situação ao Ministério Público Estadual (MPE) de Maracaju e o áudio acabou vazando.

Por meio de nota, Felipe Orro informou que todos os servidores que ele possui em seu gabinete são contratados legalmente. " Ajustes no controle de frequência foram e estão sendo feitos para atender a demanda de transparência da Lei e da sociedade".

Presidente da Assembleia, Junior Mochi (PMDB) disse, também por meio de nota, que a Casa possui rigoroso controle de presença dos funcionários e que está disposta a tomar medidas para não se afastar do compromisso da transparência.