Campo Grande

Um mês após morte de adolescente família faz homenagem e cobra justiça

16 MAR 2017 • POR Glaucea Vaccari/CE • 12h19
Familiares e amigos visitaram túmulo de adolescente - Divulgação

No dia em que se completa um mês em que o adolescente Wesner Moreira da Silva, 17 anos, foi sepultado, familiares e amigos se reuniram para homenagear e visitar o túmulo do jovem. Grupo também protestou pedindo justiça e prisão do patrão e de um colega de trabalho do menino, que o violentaram com uma mangueira de pressão em um lava-jato, em Campo Grande.

Tio da vítima, Elsom Ferreira da Silva, 52, disse que cerca de 25 pessoas participaram da visita, usando camisetas e carregando banners com o rosto do jovem. Não foram feitos atos de protesto.

“Ontem fez um mês que ele morreu, hoje faz um mês que foi sepultado e até agora nada. Em quem vamos confiar com a justiça cega?”, questionou o tio do rapaz.

No sábado (18), protesto e passeata será realizado pela família no bairro Pioneiros, em Campo Grande.

Inquérito

Polícia aguarda laudo do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) para indiciar os dois suspeitos de terem violentado o adolescente Wesner Moreira da Silva com mangueira de ar comprimido no ânus. Um mês após a morte do jovem, investigação ainda não foi concluída.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Paulo Sérgio Lauretto, da especializada na repressão aos crimes contra a criança e adolescente (Depca), laudo da roupa que o garoto usava no dia do crime, já está pronto.

Depois dos laudos em mãos, os dois suspeitos serão interrogados. “O tipo de crime está sendo discutido pelo TJ. Se partir para lesão corporal seguida de morte, é um tipo de pena, se partir para homicídio, pode ter agravante. Independente do que o TJ entender eu vou fazer o meu indiciamento conforme as provas técnicas”, pontuou o delegado na semana passada.

Crime

No dia 3 de fevereiro, mangueira de ar foi introduzida no ânus do rapaz pelo patrão e colega de trabalho em lava jato na Vila Morumbi. O local chegou a ser incendiado. Já em depoimento à polícia, os agressores alegaram que tudo se tratava de uma “brincadeira” e foram liberados logo em seguida.

Perfurações levaram a retirada do intestino grosso do adolescente, que teve quadro estabilizado cinco dias depois do crime. Era ele quem mantinha a família há um mês com o que ganhava lavando carro, pois a mãe não trabalha e o pai tem câncer.