Servidores do Hospital da Vida veem disposição de prefeita em negociar
“Pela primeira vez, agora, na gestão da prefeita Délia, nós temos uma perspectiva de diálogo, que vem sendo tentada construir há tempos e só agora vemos como uma possibilidade real”. A afirmação é do representante do coletivo de servidores do setor de saúde em Dourados, Jaime Dantas. Sindicalista experiente, e também servidor de carreira do Hospital Universitário, ele foi eleito democraticamente, há cerca de 15 dias, para representar os quase 500 servidores do HV e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
Com a eleição de Dantas, agora finalmente a prefeita Délia Razuk poderá convocar a reunião do Conselho Curador da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) para deliberar sobre assuntos de interesse das categorias que compõem o conjunto de Saúde Pública, compreendendo servidores da própria Funsaud e ainda dos hospitais da Vida e a UPA. Desde que foi criada a Fundação, esta é a primeira vez que os trabalhadores elegem um representante.
“Só quem não conhece a realidade do Hospital da Vida é que pode cometer a infelicidade de sair por aí falando dele”, opina o representante dos servidores, ao citar que a reduzida estrutura da unidade consegue suprir a demanda de pacientes de, pelo menos, outros 33 municípios da região. “Somos o único hospital de urgência e emergência totalmente porta aberta de todo o Estado”, assegura o trabalhador, há cinco anos dedicado ao setor de Enfermagem do HV.
A Fundação de Saúde foi criada na gestão passada com o fim de administrar o HV e a UPA. Ao assumir o mandato, a prefeita Délia Razuk herdou um déficit superior a R$ 9,8 milhões, fora as despesas com a folha salarial de médicos e colaboradores. “Temos fornecedores com contas a receber desde junho de 2015”, relata o diretor-presidente da entidade, Renan Hadykian. Desde janeiro deste ano, a Prefeitura já investiu cerca de R$ 14 milhões para o pagamento de compromissos com a Funsaud.
De acordo com Renan, a prefeita Délia Razuk se comprometeu, ao eleger a Saúde como uma das prioridades do mandato, ao lado da valorização das pessoas, em elevar as cotas de repasse para o atendimento prioritário nas duas unidades controladas pela Funsaud. “Mas ela precisava que o Conselho Curador estivesse totalmente composto, o que só agora se completou com a escolha do representante dos servidores do Hospital da Vida e da UPA, e é o Conselho quem tem que aprovar esses repasses”. A reunião do Conselho está agendada para os próximos dias.