Dourados

Geada negra de 1975 completa 42 anos nesta terça-feira; e temperatura cai

18 JUL 2017 • POR • 11h07
Manchete do jornal Folha de Londrina, há 42 anos, retrata o resultado da tragédia econômica - Reprodução

A geada negra, fenômeno atmosférico mais acentuado da história recente do Estado – à época, o Mato Grosso ainda era unificado – completa 42 anos nesta terça-feira. Na noite de 18 de julho de 1975, de uma vez só, a geada ‘colheu’ todos os pés de café que haviam sido plantados pelos produtores da região, eliminando todas as possibilidades de sobrevivência dessa cultura.

“Foi a partir daí que teve início um novo e produtivo ciclo econômico para a nossa região, com a entrada da soja. A partir daí, com os componentes da tecnologia e o associativismo, em cooperativas, os produtores passaram a vislumbrar um novo mercado, que só agora, já em meados dos anos 2010, que veio a se confundir com a entrada da cana”, analisa o agrônomo Maurício Peralta, ao relembrar a data.

A geada de 1975 produziu temperaturas de -3,7ºC em Ponta Porã e pouco mais de um grau positivo em Corumbá, onde historicamente os termômetros permanecem sempre acima de 30 graus. Foi nessa onda mutacional de culturas que que o o atual ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Blairo Maggi, chegou ao Mato Grosso. Então formado em Agronomia pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), ele vislumbrou o futuro do ciclo da soja e se tornou um dos magnatas do setor.

Despencando

A mudança no tempo deste começo de semana retoma a esse período, quando as temperaturas voltam a despencar até no oeste de Mato Grosso do Sul, onde o calor sempre foi predominante na maior parte do ano. Em Corumbá, no Pantanal, a mínima chegou a 6°C nesta segunda-feira (17), com sensação térmica de 2°C por conta dos ventos, segundo o meteorologista Natálio Abrahão. A mínima do Estado foi registrada em Ponta Porã, onde fez 5°C.

Essa nova onda de frio que promete derrubar as temperaturas a zero grau ou menos nessa semana, é consequência de uma massa de ar polar que se desloca pela Cordilheira dos Andes e atinge o Brasil e promove quedas bruscas nas temperaturas principalmente da região sul de Mato Grosso do Sul.

O meteorologista lembra que, apesar do frio nesta semana, as mínimas estão mais amenas se comparadas com o inverno de 2013, que foi um dos mais rigorosos da história. A próxima massa de ar polar está prevista para chegar ao Estado na primeira semana de agosto, mas deve ser menos intensa, de acordo com as estimativas.