Brasil

MST ocupa terras de Eike Batista e Henrique Eduardo Alves

26 JUL 2017 • POR • 20h35

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) informou ter ocupado novas fazendas no país, com parte das manifestações da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária e contra as reformas propostas pelo governo do presidente Michel Temer

Na noite desta terça (25), integrantes do movimento ocuparam uma área da Chapada do Apodi, no oeste do Rio Grande do Norte. A Polícia Militar confirma a ocupação. Segundo o movimento, o Projeto do Perímetro Irrigado Santa Cruz de Apodi é ligado ao ex-deputado e ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “Esse projeto é resultado de uma articulação, do então ministro da Integração Nacional, Henrique Alves, junto à bancada ruralista e as multinacionais do agronegócio”, afirma o movimento, em nota.

Alves foi preso pela Polícia Federal em junho deste ano na Operação Manus, suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal. As fraudes somariam R$ 77 milhões. O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também é acusado de participar do esquema.

Somente nesta semana já foram ocupadas, conforme o MST, terras de pessoas acusadas, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros. As manifestações ocorrem nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão.

Outras áreas

Os sem-terra ocuparam também na madrugada desta quarta-feira (26), um complexo de fazendas com cerca de 700 hectares, em São Joaquim de Bicas, próximo a comunidade Nazaré, região metropolitana de Belo Horizonte. As terras fazem parte da empresa MMX, de Eike Batista. Segundo o movimento, as terras encontram-se abandonadas após exploração mineral desordenada. Desde 8 de março deste ano, 600 famílias, ocupam a fazenda Santa Terezinha, no município de Itatiaiuçu, também do empresário, acusado de corrupção e que está em prisão domiciliar.

Uma das áreas que continua ocupada, também, é a fazenda do grupo Amaggi, em Mato Grosso, pertencente ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “Eu considero como uma atividade política que tem seu dia para começar e seu dia para terminar”, comentou Maggi. De acordo com ele, a propriedade é produtiva e não tem motivo para ser desapropriada.

A Vara Única da Comarca de Piraí, no estado do Rio de Janeiro, acolheu pedido de liminar dos advogados do ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Ricardo Teixeira visando a reintegração de posse da fazenda Santa Rosa, ocupada no início da manhã desta terça-feira por manifestantes do MST. Eles começaram a desocupar o imóvel na manhã desta quarta, após a realização de um último ato político.