Brasil

Temer diz que rejeição da denúncia é uma 'conquista do estado democrático'

3 AGO 2017 • POR Guilherme Mazui/G1 • 16h05
Presidente fez pronunciamento no Palácio do Planalto logo após Câmara rejeitar denúncia da PGR - Divulgação

O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (2), em pronunciamento no Palácio do Planalto, que a rejeição da denúncia pela Câmara dos Deputados é uma "conquista do estado democrático".

Temer convocou a imprensa para um pronunciamento logo após a Câmara rejeitar a denúncia da Procuradoria Geral da República por 263 votos a 227 (houve duas abstenções e 19 ausências).

"Quero fazer um breve pronunciamento no dia em que a Câmara dos Deputados, que representa o povo brasileiro, manifestou-se de forma clara e incontestável. A decisão soberana do parlamento não é uma vitória pessoal de quem quer que seja, mas é uma conquista do estado democrático, da força das instituições e da própria Constituição", afirmou o presidente.

Em seguida, Temer afirmou querer construir um Brasil "melhor, pacificado, justo, sem ódio ou rancor". Na avaliação do presidente, "erram" aqueles que, segundo ele, querem "dividir" os brasileiros.

"Nosso destino é ser um grande país. É preciso acabar com os muros que nos separam", acrescentou.

A denúncia da PGR

Temer foi denunciado pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal pelo crime de corrupção passiva, com base nas delações de executivos da J&F, grupo que controla a JBS.

O STF só poderia analisar a denúncia, contudo, se a Câmara autorizasse. Como a maioria dos deputados decidiu barrar o prosseguimento do processo, a acusação do Ministério Público contra Temer ficará parada na Corte até o fim do mandato de Temer, em 31 de dezembro de 2018.

Temer assistiu à votação na Câmara pela TV, no gabinete dele no Palácio do Planalto. Conforme a agenda divulgada pela assessoria da Presidência, Temer teve audiências durante o dia com seis ministros, dois governadores e 21 deputados.

Em meio a essas reuniões, o presidente também se encontrou com o advogado dele, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, o marqueteiro Elsinho Mouco e o cientista político Murillo Aragão.

À noite, enquanto a votação na Câmara caminhava para o encerramento, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Henrique Meirelles (Fazenda), Torquato Jardim (Justiça), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Raul Jungmann (Defesa) e Blairo Maggi (Agricultura) se dirigiram ao gabinete de Temer.