Educação

Parcerias, mais que projetos para melhorar o ser humano

5 AGO 2017 • POR Adriana Bertoleti • 14h40

 Iniciativas como as do Instituto Votorantim, patrimônio construído pelo clã dos Ermírio de Morais, sinônimo de compromisso social na saúde e educação, por exemplo, associadas com empreendimentos públicos, ainda que cada vez mais raros, ainda podem ser apontadas como saídas positivas para a busca da necessária ressocialização de segmentos alijados do processo humanitário.

Com experiência de quase 15 anos na área, vivenciando problemas de adolescentes que querem, sim, uma oportunidade na vida, reconheço nas ações desenvolvidas neste ano, em 53 municípios de 16 estados do Brasil, pelo instituto, o objetivo de contribuir para a melhoria da educação pública nos municípios.

Mato Grosso do Sul experimentou o sucesso dessa parceria, realizada nos municípios de Brasilândia, Água Clara e Selvíria, mas, muito mais significativo que os resultados, é preciso destacar a proposta e o aspecto social revestido nessas ações.

Ao par dos empreendimentos privados que merecem a apreciação nacional, em meio a tantas denúncias de desvio de recursos antes alocados para essa finalidade, mas, que que acabam financiando projetos público-eleitorais de duvidosos resultados, vemos, também, o incentivo recebido, por exemplo, por estudantes de Dourados, Naviraí, Campo Grande, e outros pólos, em atividades promovidas pela Câmara dos Deputados através do programa Parlamernto Jovem.

Para participar desse programa, estudantes do ensino médio precisam elaborar um projeto de lei, sugerindo possíveis alternativas a problemas vivenciados pela comunidade. O processo de seleção é realizado pelas Secretarias de Educação dos estados. Saudação especial ao Rafael, estudante do 4º semestre do curso técnico integrado em Informática para Internet, de Naviraí, selecionado entre os 78 candidatos para representar o Mato Grosso do Sul com um projeto de lei que trata da ressocialização de ex-presidiários.

Atualmente, extensões escolares criadas em 27 presídios dos 18 municípios que possuem unidades prisionais em Mato Grosso do Sul, constitui outro programa que merece atenção. Já participei, pessoalmente, de um ciclo dessa proposta, na outrora Phac, a penitenciária Harry Amorim Costa, transformada em PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e vejo com boas perspectivas a possibilidade desse processo trazer de volta ao convívio social pessoas que tiveram algum tipo de dissabor no contraste social da existência humana.

Diante desse quadro, é possível afirmar que acreditar, sempre, é preciso.

* Adriana Bertoleti Bezerra de Menezes é professora de Matemática (UFMS, 1995)