Brasil

Marqueteiro que trabalhou para oposição na Venezuela esta na mira de Henrique Meirelles

23 FEV 2018 • POR Blog da Andréia Sadi • 16h30

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem repetido nos últimos dias que pode sair candidato à Presidência da República.

Ele discute o assunto com seus principais conselheiros e, inclusive, já andou conversando com especialistas em marketing. No ano passado, o ministro conversou com Duda Mendonça, publicitário que elegeu Lula em 2002 e caiu no escândalo do mensalão.

Mas, segundo auxiliares, Meirelles mira agora o marqueteiro Chico Mendez. Ele trabalhou, em 2012, para a campanha presidencial de Henrique Capriles, oposição a Hugo Chávez e Nicolas Maduro na Venezuela.

Em 2012, Mendez era sócio do marqueteiro Renato Pereira, que elegeu Eduardo Paes prefeito no Rio. Em 2013, eles romperam a sociedade.

Hoje, Pereira assombra peemedebistas no Rio: fechou um acordo delação premiada que aguarda homologação do STF. No acordo, ele revelou como funcionava, por exemplo, o esquema de caixa dois na campanha de Sergio Cabral - ex-governador hoje preso.

Em 2014, Mendez trabalhou na campanha que elegeu Fernando Pimentel (PT) governador em Minas Gerais.

Para auxiliares de Meirelles, a associação de Duda com o mensalão contaminaria a eventual campanha do ministro. A ideia, então, é procurar um marqueteiro "fora do circuito das investigações policiais".

Curiosidade: quando Dilma Rousseff foi alçada candidata em 2010, Pimentel, o mais próximo amigo da ex-presidente, intermediou uma conversa da petista com Duda. Pimentel queria que Dilma escolhesse o tradicional publicitário para comandar o marketing de sua campanha, mas perdeu a briga. João Santana, que já havia assumido a campanha de Lula em 2006, quando Duda caiu, levou a melhor.

Santana fez a propaganda de Dilma em 2010 e, depois, em 2014. Ele se tornou o principal conselheiro da presidente no Palácio do Planalto. No meio do caminho, em 2012, enfrentou e derrotou Chico Mendez na Venezuela: Santana foi escalado para a campanha de Hugo Chávez.

João Santana, em 2015, foi preso na Lava Jato junto com sua esposa e sócia, Monica Moura. Fez uma delação premiada e hoje está em prisão domiciliar na Bahia.