Brasil

Não existe nada que justifique quebra de sigilo do presidente, diz equipe de Temer

6 MAR 2018 • POR Blog do Valdo Cruz • 14h27

Assessores do presidente Michel Temer disseram ao blog que, com base no inquérito que investiga irregularidades na edição de decreto que renovou concessões de portos, não há “nada que justifique a quebra de sigilo bancário” do presidente.

Apesar dessa posição, Temer determinou que sua equipe de comunicação social divulgasse nota a respeito, informando que “solicitará ao Banco Central os extratos de suas contas bancárias referentes ao período mencionado hoje no despacho do iminente ministro Luís Roberto Barroso” e que “dará à imprensa total acesso a esses documentos”.

Segundo a nota, o presidente não tem nenhuma preocupação com as informações constantes em suas contas bancárias.

Até a noite desta segunda-feira (5), o Palácio do Planalto não havia sido informado oficialmente da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal – tomou conhecimento por meio de reportagem publicada pela revista "Veja", que relata a quebra do sigilo bancário de Temer e de outras pessoas envolvidas no inquérito.

Assessores de Temer afirmaram ao blog que o decreto não beneficiou “nem direta nem indiretamente” a empresa Rodrimar.

Como o inquérito investiga essa suposta irregularidade, a equipe presidencial diz que, em na avaliação do Planalto, não haveria “base legal” para a quebra do sigilo presidencial.

Classificada por interlocutores do presidente de “medida drástica”, a quebra do sigilo foi recebida com “surpresa” e “irritação” pelo Palácio do Planalto.

Segundo assessores de Temer, se a Polícia Federal deseja investigar outros fatos relacionados a portos, anteriores ao mandato atual do presidente, o órgão deveria pedir a abertura de outro inquérito. E, aí, pedir a quebra do sigilo de Temer – caso encontrasse indícios que justificassem a medida.