Polícia

Policial executado em Ponta Porã era atuante no combate ao crime organizado

7 MAR 2018 • POR Renan Nucci/CE • 15h10
Polícia civil era lotado no SIG - Divulgação

Executado por pistoleiros no final da tarde de ontem, em Ponta Porã, o investigador Wescley Dias Vasconcelos era conhecido pelos colegas por ser policial atuante, envolvido em diversas operações que resultaram em prisões e prejuízos financeiros ao crime organizado. Não é descartada hipótese de que tenha sido alvo de emboscada, em retaliação por conta de seu desempenho no Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil.

O delegado Clemir Vieira Júnior, chefe da Delegacia Regional, disse que ainda é cedo para fazer qualquer tipo de afirmação sobre as motivações do homicídio, mas garantiu que Wescley era reconhecido como bom policial. "Os trabalhos estão começando, mas sabemos que ele era o típico tira, que vivia investigações 24 horas por dia", relatou Clemir.

Giancarlo Corrêa Miranda, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol), considera o ataque como afronta à segurança pública. "Pelo tipo de aparato usado, acreditamos que tenha sido um crime muito bem planejado. Ele pode ter sido alvo não apenas pelo que fazia, mas por tudo o que a Polícia Civil tem feito no combate ao crime organizado", explicou.

Para o sindicalista, é preciso que o Estado dê uma resposta imediata, fechando as fronteiras e inibindo o avanço das facções. Já estão em Ponta Porã o delegado Márcio Shiro Obara, da Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios (DEH), responsável pelo inquérito, e equipes da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), Grupo de Operações e Investigações (GOI) e Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron). "Temos que saturar a fronteira com policiais e aumentar a segurança".

Execução

Wescley trafegava em uma viatura descaracterizada pelo Bairro Reno, na direção de sua residência, quando foi surpreendido pelos pistoleiros com fuzis a bordo de um veículo modelo Honda Civic. O policial foi baleado várias vezes e não resistiu. A funcionária do poder judiciário que o acompanhava levou quatro tiros e foi socorrida com vida.