Política

Advogado douradense escreve: A quem interessa a greve dos caminhoneiros

27 MAI 2018 • POR • 13h26
Enquanto isso, consumidor faz fila para abastecer o carro em rede que 'desestocou' 25 mil litros - Douranews/Franz Mendes

No caso dos caminhoneiros em manifestação pelo Brasil afora, os supostos "autônomos" são prestadores listados e credenciados por transportadoras; se não as obedecerem, são excluídos da lista de credenciados.

Com essa avaliação, o advogado Ney Marques da Silva Morais, profissional de estreitas ligações com o movimento sindical brasileiro, define o quadro atual da greve que já provoca desabastecimento em vários setores da Economia nacional.

Segundo ele, é simples esse raciocínio. “Somem-se a isso [à presença dos autônomos nas rodovias], a enorme fração de caminhões de empresas parados nos acostamentos; e ainda o atendimento de setores estratégicos: ou alguém acha que são os "autônomos" que estão levando QAV (o querosene de aviação) para os aeroportos?”

“Quando o patrão paralisa atividades econômicas para alcançar seus objetivos políticos, o nome disso é ‘Lock Out’. E reduzir o valor do diesel por ‘locaute’ nunca será o mesmo que reduzir por interesse dos trabalhadores”, analisa o advogado douradense.

Ney Marques ainda enumera fatores históricos que justificam a utilização do lock out, como por exemplo:

- A greve de trabalhadores do transporte municipal em Berlim, em novembro de 1932, foi decisiva para a vitória do NSDAP, o Partido Nazista, nas eleições que deram a Chancelaria (equivalente ao posto de 1° Ministro) da Alemanha a Hitler.

- A greve dos caminhoneiros chilenos, em 1973, foi decisiva para o Golpe Militar contra o Governo Socialista de Salvador Allende.

E conclui o advogado, com uma frase de um dos pensadores que melhor definem as práticas capitalistas, Karl Marx: "A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa".