Caso de poliomielite na Venezuela alerta cidades de MS
Depois de quase 30 anos sem ser notificada na América do Sul, um caso de poliomielite foi detectado na Venezuela, em uma criança de 2 anos e 10 meses de idade, moradora de uma comunidade indígena. Por essas razões, a Superintendência Geral de Vigilância em Saúde, da Secretaria estadual de Saúde, reforçou o alerta os municípios de Mato Grosso do Sul quanto ao vírus e à vacinação.
De acordo com comunicado da Secretaria, a situação requer atenção por parte da Vigilância e Imunização, uma vez que é grande o contingente de venezuelanos com livre acesso ao Brasil e que se deslocam para diversos estados.
A Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) e a OMS (Organização Mundial de Saúde) emitiram um documento, dia 8 de junho, avisando sobre o caso da criança e sobre a cobertura vacinal. A nota pede que os países mantenham, e atinjam, a cobertura vacinal da poliomielite maior ou igual a 95% em cada município. Em Mato Grosso do Sul, no ano passado, a cobertura foi de 88%.
Em nota, a Secretaria estadual de Saúde ressalta que “considerando as baixas e heterogêneas coberturas vacinais para a poliomielite em vários municípios do Estado, e o não alcance das metas preconizadas para os indicadores da Vigilância da Paralisia Flácida Aguda, é de extrema urgência a intensificação das ações de vigilância e imunização para o alcance dos indicadores preconizados por ocasião da certificação de país livre da circulação de poliovírus”.
Segundo o Governo, todos os esforços deverão ser empreendidos para atingir e manter coberturas vacinais maiores ou iguais a 95% nos municípios, no intuito de proteger a população do poliovírus selvagem e derivado da vacina. As ações de vacinação são fundamentais para evitar a reintrodução do vírus no Brasil.
Ainda segundo o documento da Secretaria, é de suma importância a notificação e investigação imediata da doença que deve ser feita para a área técnica de Doenças Agudas da pasta. “Reforçamos o que já se encontra estabelecido para vigilância da poliomielite, como a necessidade de notificação e investigação imediata”, diz a nota.
A criança venezuelana detectada com o poliovírus vacina, é portadora de uma PFA (a Paralisia Flácida Aguda), e não tem antecedentes vacinais. Devido a isso, o Estado e os órgãos internacionais de saúde pedem atenção redobrada aos casos de PFA, com sintomas súbitos, em menores de 15 anos, independente da hipótese diagnóstica, já que a doença é um dos sintomas da poliomielite.
Campanha
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite acontecerá no período de 6 a 24 de agosto deste ano. O esquema vacinal do Calendário Nacional de Vacinação é composto por três doses da Vacina Inativada Poliomielite (VIP), administradas aos dois, quatro e seis meses de idade, com a vacina oral poliomielite (VOP0), aos quinze meses e aos quatro anos de idade.