Agronegócio

Estiagem prolongada e fortes ondas de calor já prejudicam lavoura de soja

15 DEZ 2018 • POR • 12h24
Lavoura de soja que foi plantada mais cedo já sente os efeitos da falta de chuvas na região - Embrapa

As lavouras de soja da região já começam a sentir os efeitos de 13 dias sem chuvas em Dourados. A última chuva ocorreu no dia 29 de novembro quando foi registrado na Estação Agrometeorológica da Embrapa Agropecuária Oeste, por meio do Guia Clima, 12.8mm.

Esses dias sem chuvas, associados a temperaturas elevadas e forte radiação solar, revelam que as lavouras de soja de ciclo precoce, que foram semeadas no início de outubro, estão, em média, com déficit hídrico de 47mm, segundo dados do Guia Clima.

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Para repor esse déficit é necessário em torno de 52mm de água já infiltrada no solo, o que corresponde uma chuva de aproximadamente 60 a 70mm. Quem faz o alerta é o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo Garcia, ao explica que “parte considerável das lavouras estão agora na fase de formação de vagens e enchimento dos grãos, que é a fase de maior demanda de água pelas plantas, e que o déficit proporciona maior impacto negativo na produção”.

“Os produtores que plantaram contando com maior quantidade de palha em suas lavouras, estão mais protegidos, pois o solo coberto contribui com menor perda de água do sistema”, acrescenta. Por outro lado, o produtor sabe que a ocorrência de veranicos de 10-15 dias na região é comum, e que todo ano isso pode ocorrer.

Ele destaca ainda que nesse momento nada pode ser feito, a não ser aguardar pelas chuvas. E que agora o que vai fazer diferença mesmo é a qualidade do solo, seja pela cobertura ou pela maior possibilidade de crescimento de raízes da soja em profundidade, que pode amenizar os possíveis impactos negativos dessa estiagem. “Assim, as raízes mais profundas podem explorar as camadas mais profundas do solo onde ocorre maior concentração de água”, diz Arroyo Garcia.