Eleito presidente da futura Mesa diretora da Câmara de Dourados para o período 2019-20 depois de tumultuado processo, e em meio às prisões de alguns colegas da Casa, o vereador Alan Guedes (DEM) disse que espera que as “coisas se acalmem em 2019” e que a Prefeitura também “consiga superar suas dificuldades”.

Guedes falou ao Douranews sobre o quadro de instabilidades que marcou o fechamento deste ano no cenário político-administrativo do Município. Lembrou que, antes dos vereadores, assessores diretos da prefeita Délia Razuk também chegaram a ser presos – entre eles o próprio responsável pelas finanças -, o que gerou algumas atitudes de imediatismo.

“Vimos aí que a prefeita acabou de fazer uma reforma muito rápida, normalmente as reformas administrativas são discutidas, são ouvidos vários atores políticos, nomes e cargos importantes foram trocados, gente que a gente sabe que são pessoas muito próximas da prefeita, então agora é acompanhar pra ver onde isso vai chegar”, analisou.

Na Câmara, observou, “temos o desafio com um trabalho de resgate da credibilidade da instituição”. Citou os quatro colegas presos nos últimos 60 dias [Denize Portolann, do PR, na operação ‘Pregão’ que atingiu o centro financeiro da Prefeitura e depois, Idenor Machado (PSDB), Cirilo Ramão (MDB) e Pedro Pepa (DEM), envolvidos diretos na sucessão da Mesa da Câmara, flagrados na operação ‘Cifra negra’], “isso gera um mal estar da população, nosso trabalho vai ser para reverter isso”.

Alan Guedes disse que a meta da nova Mesa [além dele, foram eleitos Elias Ishy, do PT para vice-presidente, e Sergio Nogueira, do PSDB e Daniela Hall, do PSD, na primeira e segunda secretarias] é de “colocar a Câmara no centro do debate dos grandes temas da cidade, discutir o desenvolvimento de Dourados, a ocupação do solo, a questão do comércio...”

Oportunidades

Sobre as expectativas com o segundo mandato do governador Reinaldo Azambuja, espera que Dourados seja bem contemplada diante das especulações de que, pelo menos, o vice-governador eleito Murilo Zauith e o deputado federal não reeleito Geraldo Resende podem vir a ocupar funções no primeiro escalão, e no governo de Jair Bolsonaro a presença de dois ministros do Estado [Tereza Cristina e Henrique Mandetta, ambos do DEM, inclusive], são grandes as oportunidades “de que olhem com carinho para Mato Grosso do Sul e nossa Dourados”.

Depois de ter assumido a primeira função pública ainda suplente de vereador, no conturbado processo político de 2010, quando foram afastados o então prefeito Ari Artuzi e o vice Carlinhos Cantor e mais nove dos 12 vereadores da época, Alan Guedes disse que este ano tentou ser deputado federal, “fiz uma campanha boa, trabalhamos muito, não consegui, foi uma campanha atípica que talvez ainda demore pra gente entender o que aconteceu”, mas celebra a carreira vitoriosa: vereador eleito em 2012, se reelegeu em 2016 e agora – “com uma bancada independente”, como define o grupo dos dez que o ajudou a se eleger presidente – “a principal missão é garantir que a Câmara seja protagonista dos debates em um projeto horizontalizado com todos os vereadores”.