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'Meu objetivo não era matar, era não morrer', afirma em júri policial que matou empresário em briga

11 ABR 2019 • POR g1 • 17h37
Ricardo Su Moon, acusado de matar empresário em briga de trânsito, sendo ouvido em júri popular nesta quinta (11) em Campo Grande. - Foto: Jaqueline Naujorks/G1 MS

O júri popular do Policial Rodoviário Federal Ricardo Su Moon, acusado de matar a tiros o empresário Adriano Correia do Nascimento em 31 de dezembro de 2016 em uma briga de trânsito começou às 8h desta quinta-feira (11), com 7 jurados. Duas testemunhas foram ouvidas, Agnaldo Spinosa da Silva e Vinicius Ortiz. Eles estavam junto com Adriano na caminhonete na ocasião do crime.

Moon responde por 3 crimes: homicídio doloso e duas tentativas de homicídio, contra Agnaldo e Vinícius. Após ser baleado, segundo as testemunhas, Adriano perdeu o controle da caminhonete que acelerou e bateu em um poste.

Questionado pela defesa, Agnaldo disse que naquela noite os três haviam bebido na boate da qual saíram na madrugada: “Nós bebemos todos a mesma quantidade, mas não estávamos embriagados”, declarou.

A testemunha afirmou que não sabia que Adriano fazia uso de ansiolíticos ou que usava drogas. O juiz Carlos Alberto Garcete exibiu o trecho de um vídeo gravado em audiência, em que Moon explica o momento em que atirou, dizendo que Adriano iria atropelá-lo.

Ele questionou Agnaldo sobre esse momento, ao que a testemunha afirmou que a posição em que Moon estava seria transversal, portanto, não estaria na direção do carro para ser atropelado. Moon alegou no vídeo que “o ronco da caminhonete somado ao movimento feito por Vinícius no banco de trás como se ele estivesse pegando algo no assoalho", lhe representou perigo de vida. Agnaldo afirmou em declaração que “Adriano acelerava e freava a caminhonete, fazendo barulho”.

Neste momento, o juiz dirigiu-se aos jurados:

“Peço que os senhores prestem muita atenção nisso porque essa será a questão sobre a qual irão decidir neste júri, a alegação do réu de que atirou em legítima defesa”.

Em seguida, Vinícius Cauã Ortiz, à época com 17 anos, deu sua declaração. O rapaz é filho de Agnaldo, e disse que naquela noite consumiu bebida alcoólica em companhia do pai e da vítima. Questionado pelo advogado de defesa, o jovem afirmou que antes de irem à boate, beberam em uma lanchonete. "Eu bebi uns seis copos de vodca e duas cervejas de garrafa naquela noite", declarou.

Vinícius declarou que na abordagem do PRF, que disse ter chegado com uma lanterna pedindo que ele mostrasse as mãos, porque dormia no banco de trás. Uma das juradas questionou o rapaz sobre, como ele poderia descrever o momento da abordagem se estava dormindo. Vinícius afirmou que acordo na hora em que Moon aproximou-se do carro dirigindo-se a ele.